Movimento democrático em prol do desenvolvimento e do fomento do cinema maringaense, a nova MAVi – Maringá Audiovisual foi apresentada oficialmente na noite desta terça-feira, 15 abril, em evento que reuniu os fazedores e fazedoras de cultura da Cidade Canção, principalmente aqueles ligados ao mercado cinematográfico: produtores, atores, editores, diretores, roteiristas etc.
“Hoje [terça-feira] é um convite para que cada um possa participar conosco desse movimento”, disse um dos integrantes da diretoria da MAVi, o diretor/roteirista Miguel Fernando. Aliás, ele conduziu as atividades que contaram com falas de outros membros do grupo – Ribamar Nascimento, Felipe Cosmos e Jean Jardim -, do prefeito de Maringá Silvio Barros, do gerente regional do Sebrae Noroeste do Paraná, Wendel Gussoni, e do vereador Flávio Mantovani.
O Sebrae Maringá, que sediou o encontro, apoiou a proposta e cedeu um consultor que colaborou para sistematizar o planejamento estratégico do projeto.
Segundo Fernando, a MAVi é uma ideia inspirada em ação ocorrida em Londrina, onde o movimento se chama LAVi – Londrina Audiovisual e estava representada no encontro em Maringá pelo cineasta Guilherme Peraro (cujo curta-metragem “Marmita” venceu prêmio na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes).
“Visitando Londrina, a gente percebeu que o mercado audiovisual londrinense sempre foi muito pujante, com produtoras excelentes, fomento público, patrocinadores, iniciativa privada engajada. Mas havia algo mais que a gente percebia que faltava em Maringá e a gente percebeu isso no movimento organizado pelo Sebrae para que se discutissem demandas, problemas, oportunidades naqueles que fazem cinema”, recordou Miguel Fernando.
Mas só foi possível porque, há alguns anos, surgiu a ideia de fazer uma aproximação estratégica entre as duas cidades, Maringá e Londrina. Em resumo, para que o território Norte/Noroeste do Paraná seja uma potência econômica. Segundo o Fernando, isso foi concatenado em conjunto pelas regionais do Sebrae em terras maringaenses e londrinenses, deixando a rivalidade de lado entre os municípios. Assim, surgiu o projeto Aliança Estratégica, com desdobamentos de várias ações, incluindo a MAVi.

Propósito e primeiras metas
O propósito do projeto maringaense é articular oportunidades para profissionalizar e fortalecer os negócios do audiovisual em Maringá. São quatro eixos: mercado, cadeia produtiva, representatividade e gestão/conhecimento.
Em relação às metas, de início são estabelecer uma agenda integrada de produções, uma plataforma de catálogo de fornecedores, reuniões frequentes com o setor, parceria com redes exibidoras, criar um festival e mostra de cinema na cidade e a Casa de Cinema (um espaço para disponibilizar equipamentos aos produtores independentes). A esse respeito, o gargalo do cinema sem grandes estúdios, conforme Miguel Fernando, é a distribuição, ou seja, onde veicular os filmes.
Além da participação em eventos de mercado voltado ao setor, programa de capacitação para o setor e protocolo de intenções para o poder público e entidades. “Já foi entregue para o secretário de Cultura [Tiago Valenciano] o protocolo de intenções, que nada mais é do que assumir o compromisso para fomentar o mercado de cinema da nossa cidade”, explica Fernando.

Conquistas
No pouco tempo de trabalho, a MAVi conseguiu algumas conquistas concretas. É o caso da retomada da Mostra Tupiniquim, que pretende veicular produções independentes em uma rede exibidora em Maringá, para ter uma semana com filmes locais e regionais. A data provável das sessões é setembro, mas ainda depende de confirmação.
Outra é a proposta, junto ao Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), de um edital dedicado ao audiovisual no Fomento Aniceto Matti.
E ainda uma proposição via MAVi junto ao secretário Tiago Valenciano que, por sua vez, falou com o vereador Flávio Mantovani para criar uma lei estabelecendo o mês do audiovisual. “Fica instituído o mês de junho para que Maringá possa fazer eventos no segmento”, diz o parlamentar, explicando que o chefe do Poder Executivo fica autorizado a promover eventos alusivos ao mês.

Em sua visão, Mantovani avalia que o mercado audiovisual tem potencial enorme para gerar empregos e girar a economia local. Inclusive, o vereador adiantou que tem ideias para mudar a realidade da exibição de filmes locais no circuito de salas de cinema.
Finalizando o evento, Silvio Barros disse que a probabilidade da MAVi dar certo é muito grande. “A verdade dos fatos é que nenhum de nós é tão forte quanto todos nós”, explicando que a ideia de um setor se unir, se organizando, só pode ser bem-vinda. “Vocês vão poder contar com nosso apoio, nosso interesse”.



