As chuvas intensas das últimas semanas no Paraná têm impactado na cotação das olerícolas, influenciando na elevação dos preços.
Segundo o Boletim Semanal do Departamento de Economia Rural (Deral), publicado nesta quinta-feira, 19, um levantamento da variação de preços dos 30 principais produtos transacionados, nas Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa/PR), indica que 11 deles tiveram elevação nas cotações desde o início do mês de outubro, influenciados pelas intempéries.
“A alface e o morango praticamente dobraram de preços, com índices de 100,0% e 94,4%; a cebola e a couve-flor atingiram 33,3% de alta; para o pimentão, a batata e a abobrinha a elevação foi de 25,0%, 23,1% e 22,2%, respectivamente. Para o pepino e a vagem macarrão, um acréscimo de 20,0% em uma quinzena”, diz o boletim elaborada pelos técnicos do Deral, órgão da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).
Segundo a avaliação, as perdas são inevitáveis nos produtos da horta, pois as atividades são feitas a céu abertos e os solos estão saturados de água. Desse modo, as quantidades ofertadas tendem a diminuir, associados à queda na qualidade dos produtos.
“Desta feita haverá um consequente impacto na elevação dos preços ao consumidor, que deverão se manter em patamares altos até a normalização dos eventos climáticos, quando o agricultor recomeçará sua atividade natural na produção de alimentos”.
As chuvas, previstas acima da média pelos institutos de meteorologia, foram muito maiores, com volumes intensos sob a influência do fenômeno conhecido como El Niño. Consequentemente, ocorreram transtornos na infraestrutura urbana e rural, além da agropecuária de um modo geral e nos cultivos de hortaliças em específico.
Milho
O Boletim Semanal também aborda a safra de milho, cujo plantio chegou a 89% da área total estimada de 314 mil hectares. Segundo o relatório, 94% da área plantada tem condição boa no campo, enquanto somente 6% tem condição mediana.
Entre janeiro e setembro de 2023, foram exportadas pelo Paraná 2,7 milhões de toneladas, uma alta de 70% quando comparado ao mesmo período de 2022. A expectativa é fechar o ano com volume exportado superior a 4 milhões de toneladas e com potencial de superar o recorde exportado de 2019, ano em que o Paraná exportou 4,7 milhões de toneladas.
Soja
No caso do complexo da soja (grão, óleo, farelo e demais derivados), as exportações do Paraná do totalizaram 12,3 milhões de toneladas entre janeiro e setembro de 2023. “Este volume representa uma alta de 61% quando comparado ao mesmo período de 2022. A receita obtida foi de 6,6 bilhões de dólares, um avanço de 39%. Já o Brasil exportou 106,2 milhões de toneladas, alta de 20%, com uma receita de 56,6 bilhões de dólares, 8% maior que em 2022 no período”, diz o Boletim.
Neste último trimestre do ano, o Paraná deve embarcar pelo menos mais três milhões de toneladas de soja e fechar o ano com um volume exportado acima de 15 milhões de toneladas.
Já no campo, o plantio bateu em 46% da área total estimada de 5,8 milhões de hectares e as condições das lavouras plantadas estão boas, na maioria.