A inflação vem desacelerando em Maringá nos últimos dois meses (maio e junho). Mas, no balanço do 1º semestre de 2023, a conta ainda é salgada, com alta de 0,33%, conforme o Índice de Preços Regional do Paraná – Alimentos e Bebidas (IPR – Alimentos e Bebidas).
Trata-se de medidor inflacionário calculado mensalmente pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Já no período de 12 meses (de julho de 2022 a junho de 2023), o valor é de +3,17%. Aliás, a Cidade Canção tem a maior variação entre as cidades pesquisadas. Depois, vem Londrina com 2,40%, Cascavel (2,26%), Curitiba (2,18%), Foz do Iguaçu (1,52%) e Ponta Grossa (0,49%).
Ao assinalar que o índice relativo a todo o Paraná marcou, em julho de 2022, um número próximo a 22%, o coordenador de Pesquisas Periódicas e Editoração do Ipardes, Marcelo Antonio, explica que a desaceleração da alta dos preços acumulados em 12 meses ainda não resultou em mudança no quadro de preços relativos, ainda altos.
“O decréscimo de alta não significa que os preços voltarão a patamares de 2019, mas que o aumento será menos intenso, podendo ter novos casos de quedas futuras no cenário de alimentos e bebidas”, explicou, via AEN-PR.
Segundo o coordenador do Ipardes, nos últimos anos vários fatores contribuíram para o aumento dos custos de produção dos alimentos e, assim, para a elevação dos preços ao consumidor. “Entre eles estão a pandemia de Covid-19 em 2020, que elevou a demanda por alimentos, a estiagem em 2021, que reduziu a oferta de produtos e, em 2022, o aumento do preço de fertilizantes, pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que impactou custos e contribuiu para o reajuste dos alimentos”, completou.
No entanto, acrescenta ele, há indícios de que está ocorrendo uma possível queda nos custos e, consequentemente, nos preços dos alimentos. “Essa tendência pode ser atribuída ao retorno do comércio de fertilizantes entre os países em conflito, Rússia e Ucrânia, o que reflete na redução dos preços desses insumos agrícolas. Além disso, o sucesso da última safra de grãos no Brasil, especialmente no Paraná, tem ampliado a oferta e reduzido os preços das commodities agrícolas”.
Junho
No caso específico de junho, os preços em Maringá tiveram queda geral: -1,30%. Três itens foram os principais responsáveis pela desaceleração: feijão carioca (kg), -8,88%; óleo de soja (900ml), -8,61%; e bisteca suína (kg), -6,99%.
Do outro lado, as maiores variações na chamada cidade verde ficaram com batata-inglesa (kg), 17,01%; alho (kg), 8,01%; e costela bovina (kg), 1,86%.
Produtos
Da cesta de 35 produtos integrantes do IPR – Alimentos e Bebidas, alguns itens se destacaram com reajuste em junho. A batata-inglesa teve um aumento de 18,19%, o alho teve acréscimo de 3,40% e o açúcar registrou alta de 2,75%.
Por outro lado, observou-se decréscimo nos preços de banana-caturra, feijão carioca e tomate com quedas de 10,58%%, 9,69% e 8,98%, respectivamente.
Em relação à batata-inglesa, o maior aumento mensal foi registrado em Curitiba, 25,60%. Cascavel também teve um aumento significativo de 24,83%. Nos municípios de Ponta Grossa, Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu os preços do produto foram majorados em
17,34%, 17,01%, 14,22% e 10,85%, respectivamente. Em contrapartida, a banana-caturra recuou 13,17% em Londrina, 13,10% em Foz do Iguaçu, 11,96% em Curitiba, 10,91% em Cascavel, 10,81% em Ponta Grossa e 5,98% em Maringá.12 meses
Já nos últimos 12 meses, verificou-se que os itens com maiores altas no estado foram o biscoito (29,94%), ovo de galinha (26,02%) e tomate (24,26%). Em sentido oposto, apuraram-se, preços menores em óleo de soja (-40,47%), peito de frango (-19,92%) e cebola (-14,07%).
Durante os últimos 12 meses, o biscoito apresentou reajuste de 38,21% em Curitiba; 31,98% em Foz do Iguaçu; 30,99% em Londrina, 29,98% em Cascavel; 25,98% em Maringá; e 23,99% em Ponta Grossa. Já a queda no preço de óleo de soja foi de 43,88% em Londrina; 40,37% em Cascavel; 39,88% em Maringá; 39,82% em Ponta Grossa; 39,44% em Curitiba; e 39,33% em Foz do Iguaçu.
Em resumo, as maiores altas na Cidade Canção foram: molho e extrato de tomate (340g), 85,53%; tomate (kg), 38,30%; e biscoito (400g), 25,98%. nas baixas: óleo de soja (900ml), -39,88; peito de frango (kg), -16,75%; e café (500g), -16,47%.
Metodologia
O Ipardes divulga mensalmente a variação do Índice de Preços Regional – Alimentos e Bebidas (IPR – Alimentos e Bebidas), composto por 35 produtos, e de abrangência para o Paraná e os municípios de Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá e Ponta Grossa.
Os preços para o cálculo do índice são extraídos das Notas Fiscais ao Consumidor Eletrônica (NFC-e) emitidas por estabelecimentos comerciais e disponibilizadas pela Receita Estadual do Paraná, respeitando os critérios de sigilo fiscal.
A composição da cesta de produtos reflete o padrão de consumo de famílias com renda entre 1 a 40 salários mínimos, retratado pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE de 2018.
Para o cálculo do IPR – Alimentos e Bebidas são utilizados, aproximadamente, 382 mil registros de notas fiscais eletrônica ao consumidor (NFC-e) emitidas por 366 estabelecimentos comerciais, distribuídos pelos seis municípios polos do Estado do Paraná.