Da Editoria de Esportes
Com Agências
Decisão tomada nesta quinta-feira por desembargadores da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol. Os magistrados determinaram ainda que o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, assuma a CBF pelo prazo de 30 dias para que conduza uma nova eleição.
Também foram afastados os vice-presidentes da entidade. A decisão passa a valer assim que ela for publicada, o que deve acontecer na próxima segunda-feira (11).
Segundo o entendimento dos desembargadores, o Termo de Acordo de Conduta (TAC), assinado entre o Ministério Público e a CBF, é ilegal, pelo fato de o órgão não ter legitimidade para interferir nos assuntos internos da Confederação e por se tratar de uma entidade privada. A decisão foi unânime e a CBF irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em 2018, o MPRJ moveu uma ação contra a CBF por entender que o estatuto da entidade estava em desacordo com a Lei Pelé, que previa peso igualitário entre federações e clubes. Porém, no meio do caminho, o então presidente da CBF, Rogério Caboclo, foi afastado do cargo por causa de denúncias de assédio sexual.
Ednaldo Rodrigues, que era vice à época, assumiu como interino e negociou o TAC com o MPRJ. A eleição de Caboclo foi anulada, outra marcada e o próprio Ednaldo eleito.
O questionamento dos demais vices que faziam parte da administração de Caboclo é que eles não foram consultados sobre o acordo e que foram prejudicados pelo seu desdobramento, já que também precisaram sair de seus cargos. Além disso, dizem que o juízo de 1º grau não tinha competência para homologar o acordo.
Haverá uma nova eleição em 30 dias, mas ainda cabe recurso por parte de Ednaldo. A confusão já chegou à Fifa e ameaça até a presença do Fluminense no Mundial de Clubes marcado para começar na próxima semana. Entenda a polêmica abaixo:
Uma das primeiras consequências práticas pode respingar diretamente no Fluminense, atual campeão da Libertadores. No pior dos cenários, o clube brasileiro corre risco de exclusão do Mundial de Clubes já que uma eventual suspensão aplicada à CBF teria efeitos sob seus filiados. A competição acontecerá entre 12 e 22 de dezembro, na Arábia Saudita.
Pesa contra uma punição o fato de que a viagem do clube se dará em poucos dias, inclusive com data de estreia já agendada para 18 de dezembro, na semifinal, diante do vencedor de Al-Ittihad (Arábia Saudita), Auckland City (Nova Zelândia) e Al Ahly (Egito).l
Nesta tarde desta terça-feira, a entidade que rege o futebol mundial enviou uma carta à CBF na qual diz ter tomado conhecimento das denúncias. A Fifa ressalta que “as associações-membro são obrigadas a gerir os seus assuntos de forma independente e sem influência indevida de terceiros, incluindo quaisquer autoridades estatais”, e que “qualquer violação de tal obrigação pode levar a possíveis sanções, conforme previsto nos Estatutos da Fifa” .