A cidade que vive de registros fotográficos de formaturas é afetada pela pandemia

Com cerca de 40 empresas envolvidas no ramo, sofre com cancelamentos de eventos

A cidade que vive de registros fotográficos de formaturas é afetada pela pandemia

O portal da cidade foi inaugurado em 2011 e faz uma homenagem à capital da fotografia Foto: Maynara Guapo

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A fotografia é capaz de conservar momentos, resgatar sensações, contar uma história. Ela é o encontro do inexplicável ao inconfundível prazer de simplesmente olhar para um momento congelado ao tempo. Em cada foto, é visto um sentimento, uma arte, uma maneira de expressão.

Em Santa Fé, a cidade que vive de registros de lembranças e onde as pessoas se especializaram na fotografia de formaturas, existem cerca de 40 empresas envolvidas no ramo, dentre elas, produtos para fotos, diagramações e impressões. O município também é visto como referência no setor de impressões por todo o Brasil. Estima-se que, em média, 150 mil fotos são impressas por mês.

Com o surgimento da pandemia do novo coronavírus a prestação desses serviços caiu. As empresas foram obrigadas a cancelar eventos de formatura, especialmente os bailes, visto que de dezembro a fevereiro o fluxo de pré-eventos e colações é mais intenso. Emerson Guireli atua no ramo de formaturas há 21 anos. Ele é empresário e sócio da Seven Formaturas, uma das empresas do município, que existe há dez no mercado fotográfico. Guireli afirma que as vendas foram afetadas em todos os setores de eventos, desde buffet, cerimoniais, locadoras de salões, garçons e profissionais freelancers. “As empresas de formaturas tiveram que passar a vender o pouco do estoque que têm para se manter, sem contar que investimos primeiro nos contratos pagando os brindes, becas, aluguéis.” Ele ainda reforça que a projeção de lucro praticamente reduziu 80% nesses últimos nove meses. “Não conseguimos executar grande parte dos contratos, e para piorar, se passou mais um período letivo onde nada foi executado novamente, sendo que muitos eventos serão cancelados e até mesmo contratos inteiros”, diz.

Além do ramo de eventos ter sofrido impactos negativos, colaboradores, funcionários, representantes que fecham contratos, fotógrafos e cinegrafistas já estão perto de um ano sem trabalhar. O empresário declara que os próximos a serem atingidos serão os consultores de vendas, ou seja, os vendedores, pois não há material suficiente para a venda, e todos estão tendo de “se virar”, buscando outros meios para sobreviver. “As empresas estão dispensando os profissionais, bem como colaboradores internos que empregam uma grande quantidade de pessoas. Por trás disso tudo existem os que organizam os eventos, fazem atendimentos ao cliente e cuidam das contas para receber, que praticamente não tem.”

Guireli confirma que mesmo com o setor estando praticamente parado, ainda existem inadimplências nas carteiras de recebimento. “É uma situação que afeta a população de uma forma geral. Nosso ramo é um dos mais afetados, pois junto com a gente existe um aparato muito grande de pessoas com ramos ligados ao nosso sem trabalhar. Mesmo com a normalização, muitos não estarão mais aqui para cumprir com os compromissos, pois suas empresas já estão condenadas.”

Assim como os momentos que a fotografia registra na maioria das vezes são boas recordações, Santa Fé vive a perspectiva de que, com a vacinação que está começando, possa regularizar o processo das formaturas e voltar a tranquilidade que existia antes. Os empresários mantém a esperança e aguardam com expectativa breve de que seja um instante passageiro, pois já passaram por várias crises econômicas no passado e conseguiram resistir.

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