A socialite Dayane Alcântara Couto de Andrade, conhecida como Day McCarthy, foi condenada pelos crimes de racismo e injúria racial contra Chissomo, conhecida como Titi, uma das filhas dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, quando a menina tinha 4 anos. A decisão foi anunciada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro. Day foi condenada a 8 anos, 9 meses e 13 dias de prisão em regime fechado.
Gagliasso e Giovana usaram as redes sociais nesta sexta-feira, 23, para comemorar a sentença, destacando a importância da decisão, mas também refletindo sobre as desigualdades no combate ao racismo.
“Hoje, a gente vem celebrar uma vitória contra o racismo. E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e sermos brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra que, desde que foi sequestrada para este país, não para de gritar e sangrar. Nunca é tarde, mas ainda é tarde”, disseram os atores em um comunicado nas redes sociais.
O casal relembrou que Titi, atualmente com 11 anos, tinha apenas quatro quando foi alvo dos ataques racistas. Na ocasião, Dayane fez comentários racistas em uma postagem feita pelo casal e chamou a menina de “macaca horrível” e disse que ela tinha “cabelo de vassoura e nariz de macaco.
“O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas – aqui, às vezes, o mundo parece retroceder com ataques às minorias crescendo de modo desmensurado. Demos voz aos idiotas?”, questionaram.
Na sentença em que a influenciadora é condenada, proferida na quarta-feira 21, o juiz Ian Legay, da Primeira Vara Federal do Rio de Janeiro, afirmou que a acusada fez ofensas gratuitas contra uma criança de 4 anos com objetivo de fazer alusão à raça e à cor da vítima.
O juiz também avaliou que o discurso foi criminoso e violador da dignidade das pessoas. “Por isso, não há como relativizar, como pretende a defesa, o caráter doloso e nitidamente ofensivo do discurso proferido por Dayane”.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também comemorou a condenação. “Seguiremos atentas e vigilantes, trabalhando para que o respeito e a igualdade sejam premissas de cidadania e de um país desenvolvido”, disse.
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