No dia internacional das mulheres na engenharia, elas relatam dificuldades enfrentadas em um cenário visto como masculino

No dia internacional das mulheres na engenharia, elas relatam dificuldades enfrentadas em um cenário visto como masculino

Bárbara e Leticia estudaram juntas- Foto: Arquivo Pessoal

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O tempo em que a engenharia era dominada por homens já ficou para trás. Atualmente, a figura feminina se dedica a qualquer profissão onde, com certeza, executará as funções com empenho e responsabilidade, sendo capaz de desenvolver tão bons, ou até melhores resultados do que os homens.

Nesta quarta-feira (23) é celebrado o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. O engenheiro ou engenheira é aquela pessoa que edifica, inventa, elabora e busca sempre aprimorar novos modos de aconselhar uma solução.

Leticia Figueredo Rissati escolheu cursar engenharia civil porque acredita que todos podem optar por uma profissão a qual admiram. “Desde criança eu amava assuntos relacionados ainda sem saber que eram da engenharia. Durante a graduação vi mulheres assentando azulejos, batendo massa, exercendo segurança no trabalho, enfim, elas podem! Eu posso! Ainda há muito a ser explorado no mercado, mas uma coisa é certa: a determinação nos levará a lugares maiores do que imaginamos”, diz.

Ela relata que a engenharia ainda é uma profissão majoritariamente vista como masculina, porém, as mulheres vem ganhando espaço a cada dia. “Vai fazer engenharia? Mas você é menina!” Quem nunca viu, ouviu ou mesmo disse isso. Quando ingressei na minha turma em 2015 haviam apenas 10 mulheres em uma turma de 40. Quando saí em 2019 haviam mais mulheres do que homens. Algumas iniciaram depois, outras vieram de transferência, enfim, a cada dia vemos as mulheres ocupando lugares ainda não explorados. A presença delas em lugares como a engenharia é significante para incentivar outras que tem pensamentos reprimidos por um “padrão social”, ainda que não seja na área da engenharia civil. Mas pensamos assim: se ela fez civil eu posso fazer mecânica”, reforça.

Ana Carolina Silvério revela que felizmente nunca encontrou desafios na engenharia por ser mulher. “No começo era mais recorrente, mas atualmente não vejo mais discrepância entre os gêneros.”

Ana Carolina Silvério nunca enfrentou dificuldades por ser mulher em um cenário visto como masculino- Foto: Arquivo Pessoal

Bárbara Silva Pimenta desde os 12 anos dizia que queria ser engenheira civil e ficava encantada com as construções e edifícios altos, mesmo sem entender o que realmente era a engenharia. “Eu ficava fascinada pelas coisas que eu via e tinha certeza que era isso que eu queria fazer. Escutei pessoas falando para eu fazer outro curso que envolvia engenharia, mas não engenharia civil, e eu não “entendia” o porque, sendo que nada era relacionado a construção civil e nunca desisti de cursar o que eu sempre tive vontade. Quero que as outras mulheres saibam que elas são capazes de escolherem o que elas quiserem ser e serem admiradas pelas suas escolhas”, salienta.

Ela considera como uma vitória ser mulher em um ambiente predominantemente masculino, contudo, destaca que exige jogo de cintura para lidar com os desafios diários. “Há casos de pessoas não acreditarem no que nós mulheres falamos, seja sobre um projeto, um material, uma decisão e varias outras situações. Mas devemos persistir, para que essa área seja expandida mostrando que as mulheres podem e conseguem ser o que elas desejam, independentemente do que as outras pessoas falam.”

Ana Caroline Souza está no segundo ano de engenharia civil na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Ela escolheu o curso porque sempre se encantou pelas áreas oferecidas, além da curiosidade de saber como funcionava. “Sempre gostei de trabalhar com contas, criatividade e organização, e isso veio muito de encontro com o que a engenharia nos traz. Em agosto entro no terceiro ano, na UEM.
Já fiz estágio em um laboratório na área de materiais em Santa Fé. Atualmente trabalho em Maringá em uma empresa que presta serviços de Saneamento Básico e outros afins”, afirma.

De acordo com a estudante, ela enfrentou preconceito não só por ter escolhido o curso, mas também foi desrespeitada por ser mulher exercendo a função. “Já passei por situações em que duvidaram da minha competência, fizeram chacota ou apenas me ignoraram, como se não tivesse o mínimo de importância. É de fato revoltante tamanha discriminação desde a escolha deste curso, mas em contrapartida, fico imensamente feliz em ver tantas mulheres se unindo, ingressando na área e atuando com tanto fulgor, e concluo: mesmo diante de tanto desrespeito e discriminação contra a mulher e suas escolhas, uma mulher determinada não tem medo de encarar os obstáculos do mundo, pois sabe o valor e o poder que tem.”

Anna Caroline Souza é estudante do segundo ano de engenharia civil na UEM- Foto: Arquivo Pessoal

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