No dia da aeromoça, comissárias de bordo relatam rotina e dificuldades da vida nômade

No dia da aeromoça, comissárias de bordo relatam rotina e dificuldades da vida nômade

Rafaela é comissária de bordo desde 2016. Foto: Arquivo Pessoal

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Nesta segunda-feira (31) é comemorado o Dia da Aeromoça e do Comissário de Bordo que são encarregados em garantir o conforto dos passageiros no decorrer das viagens de avião, zelando pela segurança e assegurando que todos sigam as condutas de voo.

Para trabalhar como comissário de bordo no Brasil é necessário fazer o curso e depois fazer a prova da Agência Nacional da Viação Civil (ANAC).  Após esses passos, pode ser agendado entrevistas.  Cada empresa tem o próprio treinamento.

Barbara Neme Dutra, 27, escolheu ser aeromoça porque sempre foi viajante e gosta de visitar os amigos que moram espalhados pelo mundo. “Também é uma profissão parecida como hotelaria que eu sou formada e eu sempre tive interesse por aviação”, diz.

Ela nunca trabalhou no Brasil, só fez os processos necessários e também não fez entrevistas. Barbara fez o open day, um tipo de entrevista aberta para a companhia aérea Qatar Airsways, passou  e demorou quatro meses para ser chamada, tendo dois de treinamento em solo. “Lá eu voava em sete tipos de aeronaves”, comenta Barbara ao explicar que no exterior é possível fazer o treinamento em alguns tipos de aerononaves.

Segundo a aeromoça, no primeiro voo existem dois de observação e o terceiro já é para valer. “Você fica responsável por uma porta, significa que você tem que armar, desarmar, operar. Esse é o maior medo de quem está começando porque a pessoa fica com medo de fazer errado.”

 

Barbara em uma das viagens em Moscou
Foto: Arquivo Pessoal

Rafaela Vieira Petry, 25, é comissária de bordo do Rio Grande do Sul desde 2016 e já se acostumou com a rotina de voar, porém existem circunstâncias que ainda não habituou: a saudade da família. “A minha base antes era de Salvador e agora é em Campinas, São Paulo. Eu não tenho muitas oportunidades de ver minha família, é uma vez por mês, uns quatro ou cinco dias. A nossa escala sai mensal e normalmente eles reúnem algumas folgas, nosso mínimo de folgas por mês são dez dias. Às vezes eles dão quatro dias juntos e os outros cinco intercalados com voos, e não tem como irmos muito para casa”, revela.

De acordo com ela, as datas comemorativas também eram difíceis no início. “É impossível conseguir em todos os dias as folgas. Na empresa que eu trabalho eu posso escolher entre o natal ou o ano novo. Eu ganhei o natal nesses últimos anos, mas eu nunca ganho o ano novo, às vezes eu tenho que trabalhar 6h do dia primeiro. Temos que estar dispostos a trabalhar enquanto vemos todos festando.”

Para Rafaela, viajar nas alturas tem privilégios. “É a oportunidade de conhecer lugares que eu nunca conheceria se eu não tivesse trabalhando com aviação. Eu já fui para vários lugares no norte do país e  do centro-oeste que eu não iria se eu não tivesse trabalhando”, afirma.

Conforme a aeromoça, ainda existe a oportunidade de conhecer pessoas novas. “Como eu não trabalho com uma pessoa só todos os dias, a tripulação muda conforme o voo. Então, acabamos conhecendo a empresa inteira praticamente voando uma vez com ela. É muito louco,  porque durante cinco dias, aquela tripulação se torna a sua família. No sexto dia pode ser que eu nunca mais os veja, ou podemos continuar mantendo contato. É difícil repetir as suas tripulações, conheço muita gente diferente.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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