As obras de instalação do novo núcleo genético e da unidade de disseminação de genes da empresa Agroceres Pic, no limite entre Paranavaí e Santo Antônio do Caiuá, no Noroeste, receberam na terça-feira (3) a visita do governador Ratinho Junior e deputados estaduais, além de lideranças políticas, empresariais e comunitárias da região.
Projeto
O núcleo genético está instalado em uma área de aproximadamente 600 hectares. Sendo que 10 hectares serão utilizados para a construção das unidades e o restante destinados à Área de Proteção Permanente (APP), reserva legal e recomposição da floresta nativa, com vistas ao fortalecimento da biossegurança da área. A empresa já iniciou o plantio de 200 hectares de eucalipto.
A unidade paranaense de genética suína começou a ser erguida no mês de abril, sendo considerada a maior da América do Sul, com 70 mil metros quadrados de área construída e capacidade para alojar 3,6 mil fêmeas de elite, com a produção estimada em até 110 mil animais por ano. O núcleo deve entrar e operação no primeiro semestre de 2022, com a projeção de pleno funcionamento para o trimestre de 2023. Um investimento que supera R$ 100 milhões e poderá contribuir para geração de 400 empregos diretos para a área da construção e 300 postos de trabalho diretos e indiretos na região.
“A vinda da Agroceres Pic para o Paraná gera emprego, renda e desenvolvimento. Sem contar que eleva a questão genética da nossa produção, do nosso rebanho. Nos ajuda também a atrair novos investimentos, com a possibilidade de instalação de mais granjas e frigoríficos nessa região do Estado”, disse Ratinho Junior.
De acordo com o governador, o Paraná é o segundo maior produto de suínos no Brasil, ficando atrás de Santa Catarina. Neste ano houve um aumento de 10,6% nesse segmento para o primeiro trimestre, sendo que foram produzidas 241,3 mil toneladas de carne e 2,5 milhões de porcos abatidos nos primeiros três meses de 2021, cerca de 211 mil a mais do que o mesmo período de 2020. Obs: a projeção para 2021 é de alcançar 950 mil toneladas. No ano passado foram 936 mil toneladas, mediante a perspectiva de crescimento da suinocultura no estado, como a região Noroeste, e devido a divulgação da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) no mês de maio, sobre o Paraná se tornar área de zona livre de peste suína clássica independente.
“Queremos, em pouco tempo, ser o líder de mercado na produção da carne suína. E vamos ser. Essa chancela da OIE nos abriu um novo campo, entrar em novos mercados, justamente por causa da nossa qualidade sanitária e da qualidade da nossa proteína animal”, ressaltou o governador.
O secretário de estado da agricultura e abastecimento, Norberto Ortigara lembrou que o Paraná abate atualmente cerca de 10 milhões de cabeças de suínos por ano. Um índice que pode chegar em 18 milhões de cabeças em até sete anos. “A instalação da Agroceres Pic ajuda a sustentar essa expansão que estamos buscando. Temos qualidade, sanidade, soja e milho para a ração dos animais e preço competitivo. Agora é exercitar nossa capacidade comercial para conversar com aqueles mercados que não falavam conosco”, explicou Ortigara.
“A questão da biossegurança é muito importante para a empresa. Escolhemos a região por ainda não existir uma grande concentração de suínos, o que diminui o risco de entrar uma nova doença no rebanho. Pelo projeto ser para uma granja do tipo da pirâmide genética, temos de ter um alto status de saúde”, falou o gerente de produção da Agroceres Pic, Nevton Hector Brun.
Em paralelo, e para dar suporte às duas novas unidades de produção, a empresa vai construir também uma fábrica de ração que terá capacidade de produção de 35 mil toneladas por ano.
O prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes, informou que a cidade já começou a ser procurada por representantes de frigoríficos que pretendem montar uma base para expandir a cadeia produtiva do porco. “É a entrada de uma nova vocação econômica em toda a Região Noroeste. Virão muitos outros investimentos em razão da Agroceres. Temos frigoríficos nos procurando e querendo saber mais sobre Paranavaí”, afirmou o prefeito.
Tecnologia
A nova unidade utilizará alta tecnologia, com os ambientes dos galpões 100% climatizados, controle de temperatura e ventilação, monitoramento em tempo real por um sistema de gestão de ambiência. A biossegurança será reforçada com fluxo único e isolamento dos colaboradores por setor. Dessa forma, não haverá contato entre os profissionais que trabalham nas diferentes áreas do núcleo genético.
Será implantado também o sistema eletrônico Pig Performance Test, que coleta dados individuais de consumo de ração, tecnologia ainda inédita no Brasil. Serão ainda empregados novos conceitos de bem-estar animal, como gestação coletiva e enriquecimento ambiental em todas as fases de produção.
A unidade contará também com um sistema de lavagem e e desinfecção de veículos, que garante a completa inativação de bactérias, fungos e vírus.