Pela primeira vez na história um ator brasileiroo ganha o prêmio de melhor ator do Feestival de Cannes. Wagner Moura, protagonista doo “OO Agente Secreto”, venceu neste sábado, 24, o prêmio de melhor ator e também Kleber Mendonça Filho foi premiado, levando a estatueta de melhor direção — é a primeira vez desde Glauber Rocha que um diretor do país leva esse troféu.
Apesar dos prêmios de melhor ator e melhor direção, “O Agente Secreto” não levou a principal estatueta do festival, a Palma de Ouro. O vencedor da categoria foi “A Simple Accident”, de Jafar Panahi.
“Queremos que esse filme esteja nas salas de cinema, porque as salas de cinema formam o caráter de um filme, na verdade.”
Kleber também recebeu o prêmio de Wagner, já que ele não estava na premiação. “Eu tive muita sorte de ter a oportunidade de trabalhar com o Wagner Moura. Ele não é apenas um ótimo ator, mas também uma ótima pessoa. Eu o amo muito. Eu espero que o ‘O Agente Secreto’ traga muitas coisas a eles”, afirmou o diretor.
“O Agente Secreto” estreou no Festival de Cannes no dia 18 de maio e foi aplaudido por cerca de 15 minutos. Na imprensa internacional, o filme chegou a ser definido como “thriller maravilhoso”, “obra-prima” e “monumental”.
Veja abaixo todos os vencedores do Festival de Cannes 2025:
- Palma de ouro – “A Simple Accident”, de Jafar Panahi;
- Melhor diretor – Kleber Mendonça Filho, por “O Agente Secreto”;
- Melhor ator – Wagner Moura, por “O Agente Secreto”;
- Melhor atriz – Nadia Melliti, por “The Little Sister”.
- Melhor Roteiro – Jean-Pierre e Luc Dardenne, por “Young Mothers”;
- Grand Prêmio – “Sentimental Value”, de Joachim Trier;
- Prêmio Especial do Júri – “Resurrection”, de Bi Gan;
- Câmera de Ouro – “The President’s Cake”, de Hasan Hadi;
- Prêmio do Júri – Mascha Schilinski, por “Sound of Falling”;
- Menção Especial – My Father’s Shadow, de Akinola Davies Jr.;
- Curta-metragem Palma de Ouro – “I’m Glad You’re Dead Now”, de Tawfeek Barhom;
- Menção Especial, curta-metragem – Ali, de Adnan Al Rajeev;
Também nesta edição do Festival de Cannes, o filme brasileiro ganhou o prêmio da Crítica. O anúncio foi publicado no Instagram da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica (Fipresci).Esse prêmio, no entanto, não faz parte da lista oficial – a categoria foi criada por críticos de forma paralela.
“O Agente Secreto” também levou o prêmio o “Art et Essai”, dos exibidores independentes da França.
Brasil foi o País de Honra no Festival de Cannes
O Festival de Cannes anunciou em fevereiro que o Brasil seria o País de Honra na edição de 2025. A iniciativa, do Marché du Film (mercado de filmes do festival), celebra uma nação diferente a cada ano e reconhece suas contribuições para a indústria cinematográfica global.
O Brasil é o quarto país a receber o título, que já foi da Suiça (2024), Esppanha (2023) e Índia (2022).
“Este prestigioso reconhecimento destacará a dinâmica indústria audiovisual do Brasil, seus talentos criativos e seu compromisso de longa data com a colaboração internacional”, publicou o Ministério da Cultura no site do governo à época.
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Brasil é eleito país de honra no festival de Cannes 2025 — Foto: Reprodução/Marche du Film
Veja lista dos 22 filmes que concorreram a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2025:
- “Sound of falling”, da alemã Mascha Schilinski – Um drama que reúne quatro mulheres de quatro gerações diferentes em uma propriedade rural.
- “Two prosecutors”, do ucraniano Sergei Loznitsa – Um filme ambientado na União Soviética dos anos 1930, durante os expurgos stalinistas.
- “Dossier 137”, do francês Dominik Moll – Um filme policial sobre uma inspetora que enfrenta as consequências de um protesto em que um jovem foi ferido por um tiro dos agentes.
- “Sirat”, do espanhol Oliver Laxe – Um road movie, protagonizado por Sergi López.
- “La petite dernière”, da francesa Hafzia Herzi – A atriz e diretora adapta livremente o romance homônimo de Fatima Daas, que narra a história da filha mais nova de uma família de migrantes argelinos, que pouco a pouco se emancipa de sua família e suas tradições.
- “Eddington”, do americano Ari Aster – Um filme sobre um xerife de uma pequena cidade do Novo México com grandes aspirações. O elenco tem Joaquin Phoenix, Pedro Pascal e Emma Stone.
- “Renoir”, da japonesa Chie Hayakawa – Um drama sobre o amadurecimento, a resiliência, o poder de cura da imaginação e uma família traumatizada que lutando para se reconectar.
- “Nouvelle Vague”, do americano Richard Linklater – Um filme sobre as filmagens de “Acossado” (1960) de Jean-Luc Godard.
- “Die, My Love” de la británica Lynne Ramsay – Um thriller sobre uma jovem que acaba de ser mãe e cai em depressão. O elenco inclui Jennifer Lawrence e Robert Pattinson.
- “O Agente Secreto”, do brasileiro Kleber Mendonça Filho – Um thriller político ambientado no final dos anos 1970, durante a ditadura militar brasileira, protagonizado por Wagner Moura.
- “O Esquema Fenício”, do americano Wes Anderson – Uma comédia de espionagem protagonizada por várias estrelas de Hollywood, como é habitual em suas produções, incluindo Benicio Del Toro, Tom Hanks, Bill Murray, Scarlett Johansson e Mia Threapleton, filha de Kate Winslet.
- “Les Aigles de la République”, do egípcio Tarik Saleh – Prestes a perder tudo, o ator mais famoso do Egito aceita interpretar o papel de presidente em um filme biográfico em sua homenagem, apesar do risco envolvido.
- “Alpha”, de Julia Ducournau – Quatro anos depois de conquistar o maior prêmio de Cannes com “Titane”, a diretora francesa apresenta sua nova obra com Golshifteh Farahani e Tahar Rahim, a história de uma menina que enfrenta a epidemia de aids nos anos 1980.
- “A Simple Accident”, de Jafar Panahi – O diretor iraniano, perseguido pelo regime dos aiatolás, não quis antecipar destalhes de seu novo filme.
- “Fuori”, do italiano Mario Martone – Um filme biográfico sobre a atriz e escritora italiana Goliarda Sapienza.
- “Romería”, da espanhola Carla Simón – A diretora, vencedora do Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2022 por “Alcarràs”, narra a viagem familiar de uma jovem catalã à Galícia após perder os pais para a aids, o mesmo drama que Simón viveu quando era criança.
- “The History of Sound”, do sul-africano Oliver Hermanus – Durante a Primeira Guerra Mundial, dois jovens decidem registrar as vidas, vozes e a música de seus compatriotas americanos. Filme protagonizado por Paul Mescal e Josh O’Connor.
- “Sentimental Value”, do norueguês Joachim Trier – Trier repete a parceria com a atriz Renate Reinsve (“A Pior Pessoa do Mundo”, 2021) em um longa-metragem que mostra como um diretor tenta refazer os laços com suas filhas.
- “Woman and Child”, do iraniano Saeed Roustaee – Um drama familiar sobre uma enfermeira viúva que enfrenta a rebeldia de seu filho. Protagonizada por Parinaz Izadyar.
- “Resurrection”, do chinês Bi Gan – Último longa-metragem anunciado na seleção oficial da mostra, este filme distópico mistura a história da China com ficção científica.
- “Jeunes mères”, de Jean-Pierre e Luc Dardenne – Os irmãos belgas, que já venceram duas Palmas de Ouro (“Rosetta” em 1999 e “A Criança” em 2005), narram desta vez a história de cinco mulheres acolhidas em um centro onde recebem apoio como jovens mães.
- “The Mastermind”, da americana Kelly Reichardt – A história do roubo de obras de arte com a guerra do Vietnã como pano de fundo e o movimento feminista.