O incidente na barragem da hidrelétrica de Kakhovka, na Ucrânia, é “um passo na direção errada” e pode comprometer a segurança da usina nuclear Zaporizhzhia, considerada a maior da Europa.
O alerta é do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea.
Resfriamento dos reatores
Rafael Mariano Grossi chegou à Ucrânia, nesta terça-feira, para avaliar a situação. Após se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ele conversou com jornalistas sobre os riscos envolvidos.
De acordo com Grossi, a “situação é séria” porque a quantidade de água disponível para resfriar os reatores da usina é “limitada”. Ele disse que quer ouvir dos gestores da usina que medidas estão sendo tomadas e “avaliar que tipo de perigo” existe no local.
O diretor da Aiea disse que dos seis reatores da usina, cinco estão praticamente desligados, operando em níveis muito baixos de energia. Porém, o sexto está funcionando em um nível mais alto.
Grossi está “muito preocupado” também com o risco a usina ser atingida pelo fogo cruzado devido aos confrontos.
Doenças transmitidas pela água
Já o representante da Organização Mundial da Saúde, OMS, na Ucrânia, Jarno Habicht, diz que a agência já distribuiu suprimentos médicos para 15 mil pessoas afetadas pelo incidente.
O especialista da OMS alertou para “potenciais surtos de doenças transmitidas pela água”.
As minas terrestres são outra grande fonte de preocupação da agência. Com os níveis de alagamento baixando nos próximos dias, o risco de acidentes com minas será mais elevado.
Segundo a agência, informações sobre a localização dos artefatos explosivos precisam ser coletadas “o mais rapidamente possível”.
A OMS estima ainda que mais de 10 milhões de pessoas apresentam necessidades para tratamento de saúde mental na Ucrânia.
Diversas agências das Nações Unidas estão atuando para ofertar água potável, kits de higiene, apoio psicossocial, assistência financeira e acesso a serviços médicos e legais para a população afetada pelo rompimento
Fonte: Organização das Nações Unidas