No terceiro dia de buscas a seis pessoas que estão desaparecidas desde domingo no Rio Ivaí, entre elas três moradores de Maringá, surgiu uma pequena esperança de que pode ser encontrado alguém com vida: pouco antes do meio-dia desta terça-feira, foi encontrada uma camiseta fora do rio e, segundo familiares dos desaparecidos, trata-se da mesma que usada por uma das crianças que estavam no barco que virou.
Os bombeiros e demais socorristas não querem fazer nenhuma afirmação sobre o que pode significar o fato de se encontrar a camiseta, mas o que anima é o fato de ela estar fora do rio, o que significa que quem a usava não estava nas águas quando a tirou.
Veja a imagem do momento em que foi localizada a camiseta de criança, AQUI.
Passeio vira tragédia
As buscas acontecem desde domingo a tarde, quando o Corpo de Bombeiros de Ivaiporã e a Patrulha Ambiental foram chamadas para resgatar pessoas que estavam desaparecidas no rio. Nove pessoas haviam saído em um barco de uma chácara de recreio à tarde, em Ubaúma, distrito de São João do Ivaí, e até as 19 horas não tinham retornado.
O grupo tinha se reunindo para uma festa na chácara que acaba de ser adquirida pelo empresário Alberony Menegassi de Souza, proprietário de uma madeireira em Jacutinga, distrito de Ivaiporã. O grupo formado por pessoas de diferentes cidades, contava com gente de Maringá e Sarandi.
O proprietário da chácara quis mostrar aos visitantes uma pequena cachoeira e levou a mulher dele, Patrícia Menegassi, a filha Heloísa, os amigos Marcelo e Jéssica, moradores em Sarandi, que estavam com o filho João Vitor, de três, e mais o maringaense Adalberto Fernandes com duas filhas, uma de quatro outra de nove anos. A mulher de Adalberto, Jeniffer, preferiu não embarcar.
Arrastados em direção a cachoeira
Até o início da noite o barco não tinha retornado, o que preocupou as pessoas que estavam na chácara, que pediram socorro aos bombeiros, por volta das 19 horas.
Bombeiros e a Patrulha Ambiental iniciaram buscas nas margens do Rio Ivaí e encontraram o casal Marcelo e Jéssica com o menino João Vitor agarrados ao barco. Mesmo em estado de choque, Marcelo explicou que o barco tinha virado e todos foram levados pela correnteza em direção à cachoeira, e que somente ele e a mulher conseguiram se agarrar ao barco e puxarem o filho, que permaneceu agarrado ao pescoço da mãe até a noite, quando foram resgatados.
De acordo com Marcelo e Jéssica, o passeio transcorria tranquilamente, mas o motor do barco sofreu uma pane e a embarcação começou a ser arrastada pelo rio em direção à cachoeira, até que virou e todos caíram na água.
Área das buscas é ampliada
As buscas foram até por volta das 3 horas da madrugada de domingo para segunda-feira e retomadas nas primeiras horas, mas durante todo o dia de ontem não encontraram qualquer vestígio que indicasse a proximidade com os desaparecidos. Segundo os bombeiros, as buscas aos desaparecidos são dificultadas pela largura do Rio Ivaí naquele ponto, além da forte correnteza.
A equipe de buscas tem sido reforçada por outros grupos, inclusive dos sitiantes das redondezas. Aviões e helicópteros de Londrina tem participado das buscas e nesta terça-feira é aguardada uma equipe do Grupamento de Operações de Salvamento Táticas, o Gost, que conta com equipe com experiência em mergulhos em águas profundas e de pouca visibilidade, além de equipamentos especiais.
Com a participação de mais gente, as buscas serão ampliadas nas margens, onde houver vegetação e até nas propriedades rurais que margeiam o rio, a maioria hoje com plantações de milho.