História da Catedral: cartas entre bispo e arquiteto ditavam o ritmo da construção

Pelas cartas é possível saber quando a igreja estava sem dinheiro para manter o ritmo das obras da basílica

catedral_construcao

A construção da Catedral de Maringá se deu entre 1959 e 1972, época em que as comunicações eram difíceis. Conseguir um telefonema interurbano, por exemplo, além de muito caro, geralmente demorava dias. Por isso, para tocar sua obra, só restava a dom Jaime Luiz Coelho, o primeiro bispo da cidade e idealizador do formato do templo, orientar-se por meio de cartas com o arquiteto responsável pelo projeto, José Augusto Bellucci, cujo escritório ficava em São Paulo. Por muito tempo, o ritmo dos trabalhos dependeu da agilidade dos correios, que podia demandar uma semana, ou mais, para a entrega da correspondência ao seu destinatário.

Essa é uma das curiosidades do livro “Nas Alturas – A História da Paróquia Catedral de Maringá”, lançado na noite de sábado, 13, em evento que reuniu 250 convidados no salão paroquial da Igreja São Francisco Xavier, entre os quais várias autoridades, como o prefeito Ulisses Maia (PSD) e o vereador Sidnei Telles (Avante), que tem relações com a igreja.

Os autores do livro, os jornalistas Rogério Recco e Everton Barbosa, mergulharam fundo na pesquisa de fatos pouco conhecidos e também em ouvir pessoas que participaram de diferentes fases da construção.

Ao longo de duas décadas, o bispo e Bellucci trocaram dezenas de cartas. Se em algumas o tom era cordial, em outras as relações entre ambos evidenciavam desgastes causados, em grande parte, pelas constantes cobranças do líder religioso que, visionário e sempre apressado, enfrentava o enorme desafio de erguer uma igreja monumental e várias outras obras ao mesmo tempo, pois a Diocese estava só começando.

Com 260 páginas e tiragem de 3 mil exemplares, o livro, produzido em fino acabamento, e com muitas histórias e fotografias inéditas, pode ser adquirido ao preço de R$ 50 na secretaria da Catedral.

 

Uma vida ligada à Catedral

A professora doutora Polonia Altoé Fusinato é uma das primeiras integrantes do Coral Nossa Senhora da Glória, da Catedral de Maringá.  Ela o marido,  Juvenal Fusinato (in memorian) estiveram ligados à Catedral desde que a igreja era de madeira chamava-se Santíssima Trindade.

A pioneira Polonia Altoe Fusinato na Catedral com o arcebispo dom Severino Clasen e os escritores Everton Barbosa e Rogério Recco Foto: Divulgação

Apolonia lembra que no início cantava com acompanhamento do professor Aniceto Matti, um italiano de nascimento que foi pioneiro de Maringá, tocava instrumentos de teclas, como piano, órgão e acordeon e foi quem compôs a melodia do Hino a Maringá, que recebeu letra do também professor e poeta Ary de Lima.

Em julho, o Coral Nossa Senhora da Gloria completou 69 anos. A história de dona Polonia está no livro que acaba de ser lançado por Recco e Barbosa.

Sair da versão mobile