Conhecido pela realização de Slam em Maringá e do fortalecimento da cena urbana, o Coletivo Pé Vermelho está com inscrições abertas até o final de março para selecionar dez poetas que participarão de uma Residência Poética em abril e maio.
Os residentes terão a oportunidade de aprimorar a sua arte e aprender a rentabilizar a poesia com produtos poéticos, ao longo de quatro oficinas.
“Os 10 poetas vão realizar todas essas atividades juntos, trocando ideias com os ministrantes e entre si, criando seus poemas e produtos poéticos. As formações e o evento do Festival Pé Vermelho de Poesia vão acontecer no centro cultural Coletiva Mostra Multicultural”, explica a professora, poeta e integrante do Coletivo Pé Vermelho, Érica Paiva Rosa, em entrevista ao Maringá.
Segundo ela, durante o período de Residência os poetas vão cursar quatro atividades formativas e nelas criar poemas e produtos poéticos para a distribuição desses textos. Assim, todos esses produtos poéticos serão apresentados ou distribuídos gratuitamente durante o 1º Festival Pé Vermelho de Poesia.
Aliás, o projeto foi pensado em 2021 e, agora, é produzido com verba de incentivo à cultura Lei Municipal de Maringá nº 11200/2020 | Prêmio Aniceto Matti/PMM. “Nós queríamos fazer coisas diferentes na área da literatura e nunca vimos um festival poético na região, então veio a ideia”.
As oficinas acontecerão das 19h às 22h, na Coletiva Mostra Multicultural (rua Padre Viêira, 443 – Zona 7), em Maringá.

PRODUTOS
Além da produção escrita, os poetas residentes aprenderão durante as oficinas a criar produtos poéticos: pílulas poéticas, zines, performances, stencil, lambe-lambe etc. Com esse conhecimento, eles podem criar o que quiserem e comercializarem seus produtos, além de criarem sob demanda a partir de temas específicos, datas comemorativas etc.
“Daqui vem a ideia de rentabilização da poesia! Nós queremos que, após o projeto, eles desenvolvam formas autônomas de ganhar dinheiro com a sua poesia e criatividade. Muitos poetas já vendem zines em feirinhas de economia criativa, bares e círculos culturais de Maringá. Então, o projeto vem para aumentar essas possibilidades com mais produtos poético”, diz a produtora do Pé Vermelho.
FESTIVAL
Érica Paiva Rosa informa que o 1º Festival Pé Vermelho de Poesia será em 28 de maio. Nesse dia, os poetas da Residência Poética vão interagir com o público a partir de seus produtos criativos. “A ideia é que as pessoas tenham contato com a poesia em diferentes materialidades para mostrar que a literatura não é restrita ao suporte ‘livro’, como muita gente ainda pensa”, diz Rosa.
A abertura do Festival ocorrerá com a inauguração do painel poético de lambe-lambe e stencil. Em um segundo momento, os poetas distribuem suas pílulas poéticas ao público e conversam com as pessoas. Depois, eles realizam a troca e a distribuição de zines e cada poeta fala sobre o processo de criação de seu zine. E, em meio a todas essas atividades, os poetas vão apresentando as performances de seus poemas.
O evento também contará com intérpretes de Libras para maior acessibilidade e interação.

CENA
Durante a conversa com a reportagem, Érica Paiva Rosa afirmou que a cena urbana em Maringá é potente. “Muita coisa vem sendo produzida pela juventude nas mais diversas áreas artísticas. Nas artes urbanas, semanalmente temos edições de batalhas de rima em Maringá e região, mensalmente temos as edições do slam, anualmente temos a Semana Hip-Hop em Maringá”.
Segundo ela, outras ações acontecem fomentadas pelos editais culturais e ter acesso à produção cultural via políticas públicas é fundamental para que mais comunidades da cena urbana, tantas vezes marginalizadas no cenário artístico, sejam protagonistas das ações. “Isso também possibilita que a cena urbana não aconteça apenas na rua (espaço de criação e desenvolvimento de muitos movimentos), mas que ela também aconteça nos teatros, nos centros culturais, nas galerias de arte, na TV, na internet etc.”.
Atividades formativas na Residência
A primeira formação é uma “Oficina de Curtinhas”, ministrada pela professora e poeta Érica Paiva Rosa (MGÁ), em que os poetas vão criar 10 poemas curtos para a produção de pílulas.
A segunda formação é uma “Oficina de Pocket Zines”, ministrada pela zineira e poeta Ana Favorin (MGÁ), na qual os poetas vão montar 1 pocket zine e produzir 10 cópias dele para distribuição, pensando em tema, formato, design, dobradura, ilustração e manipulação.
A terceira formação é um “Laboratório de Corpo e Voz” dividido em duas etapas. Na primeira, os poetas vão fazer uma oficina de jogos teatrais, com a atriz e professora Andresa Viotti (MGÁ), para conhecer as potencialidades de seus corpos e vozes e se prepararem para performar poemas. Na segunda etapa do laboratório, os poetas vão treinar as performances de um poema longo (média de 3 minutos). Essa formação será ministrada pela poeta e performer Valeska Torres (RJ) que criará um roteiro de performance para cada um dos 10 poemas escolhidos pelos poetas para apresentarem. Assim, eles vão treinar esse roteiro para apresentarem suas performances ao público no dia do Festival.
A quarta formação é uma “Oficina de Poesia Visual”, ministrada pelo poeta e cartazista Fabio Boca (SP). Nela, os poetas vão elaborar 3 poemas visuais com a criação de lambe-lambe e stencil para montar um painel poético que será inaugurado no dia do Festival.
SERVIÇO
A ficha de inscrição, o regulamento e demais informações sobre oficinas podem ser encontrados AQUI.
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