IMPRESSO
Maringá
  • HomeM
  • Maringá
  • Notícias Região
    • Floresta
    • Itambé
    • Mandaguaçu
    • Mandaguari
    • Marialva
    • Paiçandu
    • Santa Fé
    • Sarandi
    • Umuarama
  • Esportes
    • No Pé Delas
    • Na Área do Esporte
    • Na Raiz Do Esporte
  • Colunas
  • Saúde
  • Obituário
  • Publicações Legais
Maringá
No Result
View All Result

Dia Internacional da Mulher é dia também da dona Luzia, a mulher invisível

Por Luiz de Carvalho
8 de março de 2025
Dona Luzia, a mulher invisível

Dona Luzia é a pessoa que mais percorre as ruas próximas à UEM, mas continua praticamente desconhecida Foto: Luiz de Carvalho

Todos os dias, tão certo quanto amanhece e anoitece, ela aparece na Zona 7, remexe as caçambas de lixo nos quarteirões próximos à UEM, pega algumas coisas, enche um carrinho e vai embora. Não fala com ninguém, ninguém fala com ela. É quase invisível, pouca gente já percebeu que ela vem todos os dias ou ao menos que ela existe.

 

Chama Luzia. Luzia Rosa Zampieri, tem 75 anos e mora em Maringá há quase 70, primeiro nas fazendas de café desde que chegou menina, com a família, vinda de Bauru, São Paulo, depois, já casada, veio para a cidade e teve nove filhos enquanto o marido trabalhava de guarda noturno, no Frigorífico Central, na construção civil, em tudo um pouco.

 

A vida de percorrer as lixeiras arrastando um carrinho vem desde a morte do Aparecido Zampieri, o marido. Dos nove filhos, restam quatro, dois ainda moram na casa dela, um com 26 anos e outro com mais de 40, que nunca tiveram carteira de trabalho, nem patrão e nem se dão ao trabalho de sair de casa para procurar emprego.

 

“Deus dá jeito pra tudo”, é o que diz a mulher quando alguém pergunta como consegue sustentar a casa.

 

Todo dinheiro que entra na casa é do material reciclável que dona Luzia cata nas caçambas de lixo e pode ser vendido. Isso quando ela mesma vende… as vezes as vendas são feitas pelos filhos, que certamente não sabem o peso do carrinho da mãe depois de carregado, principalmente na hora da subida da Avenida Mário Clapier Urbinatti.

 

Por mais que a mulher encontre coisas aproveitáveis para reciclagem, dificilmente vai ganhar mais de R$ 5 por dia.

 

Para dona Luzia, “todos os dias” não é força de expressão. Ela trabalha mesmo todos os dias e, mesmo sendo quase invisível, algumas pessoas no seu caminho já perceberam isso. Ela já chega com aparência de cansaço, muito cansaço, talvez pelo longo caminho feito a pé, talvez pelo peso do carrinho, talvez pelo peso dos 75 anos, talvez pela desesperança que isso vai mudar.

 

Todos os dias são mesmo todos os dias para dona Luzia, que chega arrastando os pés calçados com sapatos que não lhe servem tão bem quanto serviam à primeira dona, o vestido certamente já foi de outra pessoa, assim como o chapéu.

catadora de recicláveis Dona Luzia, a mulher invisível
Como sempre chega tarde, dona Luzia dificilmente encontra algo de valor nas caçambas Foto: Luiz de Carvalho

Invisível, ela vai estar olhando para dentro das lixeiras mesmo que o sol esteja insuportável, mesmo que esteja chovendo, mesmo que as mãos e os pés estejam doendo com o frio, mesmo que não tenha tomado a insulina para reduzir os efeitos da diabetes, mesmo que lhe faltem os comprimidos para as doenças do coração, que as artrites não deixem andar direito, a tireóide… o cansaço, o peso da idade, a falta de esperança.

 

Dona Luzia vem todos os dias, nem sabe se é aniversário de uma das netas, se é Natal, se é dia santo ou feriado nacional. Ela nem fica sabendo dessas datas. Nem que existe o Dia da Mulher. Seu único consolo é que Deus dá jeito pra tudo.

 

 

Veja também

  • Primeira-dama do Paraná confirma presença em encontro de mulheres da Amusep
  • Entidade de mitocondriais nascida em Maringá, Mitocon Brasil ganha destaque no mundo
Tags: a mulher invisívelcatadora de recicláveisDestaquedona luziaLuzia Rosa Zampieri

IMPRESSO

Outros Posts

Ainda estou aqui é projetado de graça hoje no Sismmar
Maringá

Sismmar oferece sessão gratuita de “Ainda Estou Aqui” para servidores aposentados

23 de setembro de 2025
Maringá

Clima em Maringá nesta terça-feira, 23 de setembro de 2025

23 de setembro de 2025
Exposição Olhar Fotográfico começa nesta segunda no Avenida Center
Maringá

Exposição Olhar Fotográfico, no Avenida Center, mostra a arte de fotógrafos de Maringá

22 de setembro de 2025
Entrada do Teatro do Sesc Maringá (Crédito: Arquivo/Cristiano Martinez)
Cultura

Sonora Brasil apresenta o espetáculo ‘Diásporas’ no Sesc Maringá nesta segunda (22)

22 de setembro de 2025
Credito: Divulgação / PMM
Maringá

Maringá é impactada por rajadas de vento a quase 100 km/h

22 de setembro de 2025
Codemm que é o primeiro do Brasil e serve como modelo para outros, celebra 29 anos com legado de conquistas e olhar para o futuro de Maringá
Maringá

Codem celebra 29 anos com legado de conquistas e olhar para o futuro de Maringá

22 de setembro de 2025
  • Impresso
  • Fale Conosco
  • Política de Privacidade
  • Publicações Legais
  • Quem Somos

Editora Dia a Dia – O Maringá

CNPJ: 31.722.654/0001-52
ENDEREÇO: Estácio de Sá, 1251,
Zona 2 CEP: 87005-120
(44) 3305-5461

© 2025 O Maringá - O Jornal a serviço de Maringá e região.

No Result
View All Result
  • Home
  • Maringá
  • Região em Destaque
    • Floresta
    • Itambé
    • Mandaguaçu
    • Mandaguari
    • Marialva
    • Paiçandu
    • Santa Fé
    • Sarandi
    • Umuarama
  • Policial
  • Economia
  • Esportes
    • Na Área do Esporte
    • Na Raiz do Esporte
  • Geral
  • Colunas
  • Saúde
  • Obituário
  • Jornal Impresso
  • Outros
    • Publicações Legais
    • Fale Conosco
    • Quem Somos

© 2024 O Maringá - Todos Os Direitos Reservados.

Esse website utiliza cookies. Ao continuar a utilizar este website está a dar consentimento à utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.