As chuvas do dia 31 de outubro de 2023 estavam associadas a uma junção de fatores, tais como a presença de uma área de baixa pressão no interior do continente que se associou a uma frente fria com ramo oceânico. “Essa junção fez surgir um cavado (área alongada de baixa pressão sobre o estado do Paraná), ocasionando os registros de chuvas daquele dia, ou seja, 39,3 mm em 24 horas. Veja que este não foi o maior valor registrado neste mês, visto que no dia 9 choveu 41,7 mm e no dia 8 choveu 62,4 mm”, explica o geógrafo, climatologista e coordenador da Estação Climatológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Leandro Zandonadi.
No total, outubro de 2023 registrou 251,8 mm, o que é 47,9% a mais do que o esperado para o mês, porém, é apenas o décimo maior valor para um mês de outubro desde 1976. “Para efeito de comparação, em outubro de 2021 foram registrados 432,0 mm, o recorde da série histórica. Naturalmente, outubro costuma ser um mês mais chuvoso em Maringá e região, devido ao retorno das chuvas da primavera, com o retorno do calor”, comenta o geógrafo.
Zandonadi diz que em 2023 temos que considerar ainda a forte atuação do fenômeno El Niño, que provoca um incremento de chuvas em toda a região sul do país e esse aporte deve ocorrer ao longo de toda a primavera de 2023 e também no verão de 2024 (até março), período em que poderemos ter eventos de chuvas até mais expressivos do que os registrados em outubro, principalmente em dezembro e janeiro.