Fernando Ponce e Grupo Batucar usam instrumentos não convencionais para brincar com ritmos

Fernando Ponce e Grupo Batucar apresentam "Arritmia"

Ao buscar novos ritmos e instrumentos nada convencionais, o Batucar e Ponce mostram um trabalho de pesquisa, criatividade, mas também humor Foto: Renato Domingos

Assessoria

Começam nesta sexta-feira, 24, as apresentações em Maringá do espetáculo “Arritmia”, criado pelo músico Fernando Ponce e o Grupo Batucar com a proposta de ressignificar sons e objetos e olhar para a música e a cena cultural da cidade a partir de uma nova ótica. As apresentações, todas elas gratuitas, acontecerão também no sábado e domingo e voltam a acontecer no fim de semana seguinte na Toca Espaço Cultural, na Avenida Horácio Raccanello Filho, 3625.

O projeto foi idealizado pelo músico, professor e performer Fernando Ponce, que também tem a função de diretor e intérprete nesse espetáculo viabilizado pelo Prêmio Aniceto Matti. Ele está ao lado de Ana Moraes e Nadji Vieira, além de contar com a participação especial do DJ e produtor musical Iraquitan Fagundes, responsável pela discotecagem.

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Ponce estuda música desde os oito anos de idade. Fez aulas de bateria, percussão erudita, rudimentar e canto coral. Em sua jornada no curso de Artes Cênicas, estudou as possibilidades das perspectivas cênicas dentro do universo musical. Pautou sua pesquisa na existência de uma zona de convergência entre corpo do artista, espaço cênico e em como isto pode ser recebido pelos espectadores.

“A pretensão de criar o espetáculo se dá na ambição do grupo em tornar físico e palpável uma zona de convergência entre as diversas áreas das artes, transbordando a materialização artística em um espetáculo de Arte Imersiva”, diz.

Segundo o dicionário, arritmia é uma alteração anormal no ritmo e na velocidade dos batimentos cardíacos. Para o diretor, aderir a esse nome para o projeto diz respeito ao desejo de criar uma obra que fuja ao convencionalmente criado na cidade quando se fala em concertos e shows. O discurso do espetáculo tem como finalidade utilizar a música para representar o coração, mas com uma frequência cardíaca anormal, seja irregular, acelerada ou muito lenta, se opondo ao “pulso” que geralmente as músicas seguem. “Nesse caso, podemos criar uma analogia de que a música eletrônica é o fio condutor do espetáculo, representando o Coração e o Pulso. E esse, no decorrer do espetáculo, tem interferências rítmicas dos instrumentos percussivos não convencionais, criando assim frases rítmicas que se entrecruzam”, explica.

Se antes os sons dos materiais utilizados eram considerados ruídos e sons aleatórios, o objetivo aqui é transforma-los em música, fazendo o espectador testemunhar essa transformação, construindo signos e símbolos de acordo com suas experiências e vivências, para ressignificar as sonoridades presentes no ambiente cênico e também fora dele. Nesse trabalho, o cenário e os instrumentos são barris de plástico, caixas d’água e barris de lata, escolhidos pelo timbre, pela estética e pelas diferentes possibilidades cênicas e sonoras.

Os músicos, ao serem colocados em cena, evidenciarão tanto os instrumentos que tocam quanto seus corpos, que também fazem parte da construção da dramaturgia. “Arritmia” é um espetáculo musical para ser visto e ouvido.

Destacando que “Arritmia” é um espetáculo para ser visto e ouvido, o Grupo Batucar quer levar o público a novas experiências Foto: Renato Domingos

O nome do grupo vem do primeiro trabalho, Batucar, que estreou em 2022 e levou para a cena cavaletes de madeira, baldes de plástico, corda, cano pvc, plaquinhas de madeira e até um carro para o palco do teatro, tirando som de todos esses itens e encantando a plateia.

Além das apresentações, o projeto também irá oferecer uma oficina gratuita de música com instrumentos percussivos não convencionais no dia 18 de maio, para a qual é necessário fazer inscrição prévia pelo formulário que será disponibilizado no Instagram do grupo (@grupobatucar).

 

 

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