Nascido em Maringá, o goleiro Adilson Aguero dos Santos, mais conhecido como Adilson Maringá, de 32 anos, presenciou uma das maiores tragédias do futebol mundial. Jogando na Indonésia no Arema, ele viu de perto um cenário de guerra neste sábado (1). A confusão aconteceu logo após o apito final. Torcedores do Arema – time da casa – invadiram o gramado para protestarem pela derrota de 3 a 2, e a situação terminou com 174 mortes e centenas de feridos.
Titular absoluto do Arema, o goleiro Adilson Maringá estava em campo no momento do ocorrido, chegou a ser cercado por torcedores no gramado e viu algumas pessoas morrendo sob o efeito de gás de pimenta, algo que ele classificou como as piores horas de sua vida em contato com a reportagem do Torcedores.com
“Foi uma selvageria. Eu nunca havia presenciado isso na minha vida. Uma catástrofe total, estou até agora em pânico, em choque pelo que aconteceu. Eu estava em campo, joguei os 90 minutos. Foi lamentável, a gente ficou cinco horas preso nos vestiários. Nós vimos mortos na nossa frente. Foi muito gás de pimenta. Foram cenas horríveis”, desabafou Maringá.
No momento do estopim da confusão, Maringá relatou ter sido abordado por alguns torcedores, que realizaram cobrança pelo revés do Arema no clássico. Ele só conseguiu escapar do tumulto por conta da ação policial. “Quando termina o jogo a gente tem por hábito cumprimentar a torcida, ficar ali no gramado independente do resultado. Mas eles começaram a invadiram. Pulou um a polícia conteve, no segundo tempo, só que pulou uma galera, aí não teve como. Eu fui um dos últimos a sair, e veio um grupo e me segurou. Eles não me agrediram, só cobraram por não ter ganho o clássico, e começou a aglomerar. Pouco depois chegou o policial e tirou eles e eu corri para o vestiários”.
Acuado no interior do estádio, Maringá e os outros companheiros passaram por momentos de angústia e de temor pela vida a cada informação que chegava, registrando um maior volume de vítimas fatais na tragédia. “Só ouvíamos as bombas, os gritos, e as informações sobre o aumento de vítimas cada vez mais. Entrei em desespero nos vestiários. Pensei, vão invadir aqui e nos matar. Eu só temia pela minha vida ali. Foram as cinco piores horas da minha vida. Pra você ter ideia, o nosso rival teve que sair do estádio de tanque de guerra, de blindado. Onde já se viu isso no futebol?” No desespero, pensei ‘vou embora amanhã’”, complementou Maringá.
Em sua segunda temporada no Arema, o goleiro revelou que já esteve em contato com os seus representantes e já foi tranquilizado pelo presidente do clube da Indonésia. O mandatário, inclusive, terá uma reunião em breve com os jogadores para tentar contornar o lado psicológico do trágico episódio. Maringá tem vínculo até 2024 na equipe asiática, e não descarta uma saída. O brasileiro acumula passagens por Rondonópolis, Gama, Mogi Mirim, no cenário nacional, e ainda teve uma trajetória no futebol português, onde defendeu Pinhalnovense, Beira-Mar e Vilafranquense.
Fonte: O Dia na Cidade