Os professores Angelo Antonio Agostinho e Marcelo Moreira Cavalcanti receberam, nesta semana, o certificado de Mérito Comunitário, concedido pela Câmara Municipal de Maringá e entregue pelo vereador Cristian Maia, o Maninho (PDT). Ele veio à Universidade Estadual de Maringá (UEM), especialmente, para homenagear os dois professores. O encontro se deu no Gabinete da Reitoria com a presença do reitor e do vice-reitor, Julio César Damasceno e Ricardo Dias Silva, respectivamente.
A iniciativa do título partiu do vereador que propôs a honraria aos dez pesquisadores da universidade que, em março, foram listados no rol dos cientistas mais influentes do mundo. Veja matéria completa neste link. Oito deles receberam o título em sessão ordinária da Câmara realizada no dia 12 de abril. Na ocasião Agostinho e Cavalcanti não puderam participar.
Maninho reiterou o sentimento de orgulho pela presença dos cientistas da universidade na lista mundial e disse que eles são exemplos de capacidade e dedicação, mesmo diante da dificuldade para desenvolver a ciência no Brasil, e que certamente continuarão inspirando futuros cientistas. “Por todo o trabalho que eles realizaram e realizam, essa é uma homenagem mais do que justa”, acrescentou. O vereador estava acompanhado da assessora parlamentar Sylmara Bergamasco.
Os dois agraciados concordam que o destaque conferido pelo ranking internacional é importante, mas que o reconhecimento dentro da comunidade local ganha uma dimensão diferente. É que ao longo da carreira eles tiveram oportunidade de experimentar diferentes repercussões, no meio acadêmico, quanto a propagação da pesquisa que desenvolvem e a contribuição para o avanço da ciência. “Mas o reconhecimento da sociedade é incomum, por isso o mérito é tão importante’ diz Agostinho “É raro ter este tipo de reconhecimento”, opina Cavalcanti.
Assertivo – Para Damasceno Maninho foi bastante assertivo na iniciativa, assim como os demais vereadores que acolheram a proposta. Ele reforçou que o resultado da produção científica nem sempre chega ao conhecimento da população em geral e que o título de mérito comunitário é uma forma de dar visibilidade ao trabalho empreendido pelos pesquisadores. “E também é uma demonstração de reconhecimento sobre a importância do investimento em ciência e tecnologia”, acrescenta o reitor.
Dias Silva destacou que a universidade é financiada majoritariamente com recursos públicos e que o desempenho evidenciado pelos pesquisadores em mais este ranking tem uma ligação direta com o nível de qualidade da pesquisa na UEM como um todo. O vice-reitor fez coro ao que disseram os antecessores e disse que “o reconhecimento do vereador em certa medida é o reconhecimento da população quanto aos benefícios decorrentes de investimentos em ciência”.
Nupélia – Agostinho é um dos principais pesquisadores em Biologia da Conservação da América do Sul. Está na UEM desde 1976, na época só com a graduação em Ciências Biológicas. No mesmo ano inscreveu-se em um curso de pós-graduação na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, na área de Zoologia. Em 1982 ele iniciou o doutorado e nesta época começa a se formar o Nupélia (Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura). A partir daí sua pesquisa se voltou mais para a parte de Biologia da Conservação e Ecologia.
Há cinco anos, Agostinho aposentou-se como professor titular da UEM, onde mantém o vínculo como professor voluntário, ligado ao Nupélia e ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais.
Matemática – Com quase totalidade da formação acadêmica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Cavalcanti veio para Maringá em 1989, onde iniciou a carreira como professor do Departamento de Matemática da UEM e lá desenvolveu toda sua jornada profissional. Tendo como foco principal de pesquisa o estudo do comportamento da energia de sistemas distribuídos, Cavalcanti diz que recebeu grande incentivo da universidade para aprimorar sua experiência internacional o que lhe valeu muitas adesões de cientistas de vários países em seu grupo de pesquisa.
Cavalcanti acredita que o grande desafio da UEM hoje é dar continuidade à pesquisa de ponta e isto está atrelado a contratação de docentes efetivos. O receio pela não continuidade na pesquisa que desenvolve faz com que ele adie a aposentadoria, que já podia ter sido solicitada há tempos.