Pela primeira vez, Maringá sedia uma exposição com proposta imersiva e altamente tecnológica, com direito a auxílio de profissionais vindos de São Paulo para sua montagem no Centro de Ação Cultural Márcia Costa (CAC).
Trata-se de “AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual”, da artista visual Elisa Riemer, em parceria com o produtor cultural Vanderlei Junior. Essa mostra abre para o público na próxima quarta-feira, 28, às 20h, quando ocorrerá a vernissage.
Produzida via Prêmio Aniceto Matti, é uma exposição que utiliza equipamentos como telas digitais, projetores, televisores e hologramas para dar movimento ao trabalho de Elisa, que há mais de dez anos vem construindo sua carreira em Maringá.
À reportagem, a artista conta que “AnatoMinha” nasceu em 2014, quando tinha 28 anos de idade, e pode ser definido como um diário de sua vida, de suas afetividades, daquilo que ela viveu. “É a mulher desmembrada. Você vai ver todo o circuito do nosso corpo ali, se encontrando cada parte no espaço: pulmão, coração, estômago, olho, cabeça”, resume, definindo de que se trata de um universo cirúrgico e poético, aberto a todas as sensações e sentimentos. Tudo ali, exposto, transbordando dores e felicidades da artista. Por isso, “anato minha”, ou seja, a anatomia dela.
“Foi bem profundo revisitar obras que eu comecei em 2014”, recordando que expressavam sentimentos daquele período. “É muito importante, para mim, voltar a essas peças e ver como eu pensava, como eu dialogava comigo mesma. E trazer também para as pessoas entenderem um pouco de mim, de como eu funciono”, classificando esse processo como uma “mesa cirúrgica dos sentimentos”, em que expõe tudo, seu corpo, sua narrativa, se desnudando.
É uma exposição que já existe e foi apresentada, com suas colagens e imagens, no Teatro Calil Haddad. Mas agora, na nova mostra, uma experiência imersiva para o público entrar profundamente nessa odisseia imagética. “Que é você poder acompanhar a jornada da imagem. Como ela funciona, como os sentimentos estão expostos, como o formigamento do estômago funciona. É você poder participar disso”.
Nesse retorno, a artista aliou arte e tecnologia, para dar novo sentido ao material. “A gente que está vivendo nessa era tem a possibilidade de pegar os nossos trabalhos estáticos e poder movimentar, poder dar vida, exatamente aquilo que você pensou”.
Referência
Uma das referências de Elisa Riemer é Georges Méliès (1861-1938), cineasta francês que foi um dos precursores do cinema. Ele era também ilusionista e utilizou esse conhecimento para trucagens e efeitos especiais nos primórdios da Sétima Arte. Um dos seus filmes mais célebres é “Viagem à Lua” (1902).
O recurso do “frame by frame” é citado pela artista local. Segundo Elisa, o diretor europeu manipulava os frames (“quadro”), recortando-os, pintando-os, por exemplo, para conseguir o efeito desejado. “Eu gosto muito dessa estética dele e quis trazer isso para dentro da exposição. Como seria essa estética do ‘frame by frame’”, exemplificando que algumas imagens de sua obra no CAC têm muita informação, mas o visitante pode parar e ficar observando cada movimento, cada sensação, cada sentimento.
Serviço
Exposição “AnatoMinha – uma odisseia imagética a partir de uma narrativa audiovisual”, de Elisa Riemer, em parceria com Vanderlei Junior
Vernissage: 28/08/2024, às 20h
Período de visitação: 28/08 a 23/09/2024
Horários de visitação: de segunda a sexta das 9h às 17h30, inclusive no almoço
Em alguns dias a exposição estará aberta em horários excepcionais: nos dias 03, 06, 09 e 17/09 estará aberta também das 18h30 às 22h e nos dias 31/08, 14 e 21/09 das 19h às 22h.
Local: Centro de Ação Cultural Márcia Costa, na Sala Lukas (Av. XV de Novembro, 514, Centro)
A exposição conta com audiodescrição.
Entrada gratuita | Classificação indicativa: 14 anos