Somente no ano passado, Maringá registrou 7,6 mil acidentes de trânsito, com 1,7 mil acidentes ocasionando vítimas. O mês que se inicia se tornou referência mundial para buscar a conscientização das pessoas com ações no trânsito. Em 11 de maio de 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito. Desde então o amarelo simboliza atenção e também a sinalização e advertência.
A nossa reportagem conversou com o Secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Delegado Luiz Alves que destacou as ações durante os quatro meses de gestão, as sinalizações em vias mais perigosas, entre outros detalhes. Em 2024, a Avenida Colombo, registrou 352 ocorrências, a Avenida Brasil 275 acidentes e a Avenida Pedro Taques 246 acidentes. Na sequencia aparecem como as mais perigosas: Avenida São Paulo com 211 acidentes e o Contorno Sul, com 209 registros.
Segundo o Delegado, o trânsito de Maringá precisa de reparos e analisa os altos índices de óbitos. “Nosso foco tem sido nesse primeiro momento, justamente prestar pela segurança das pessoas, trabalhar para salvar vidas”. Campanhas educativas, para melhorar a sinalização com foco nos principais pontos de acidentes já estão sendo efetuados. “Detectamos onde existem os maiores índices de acidentes”, informa o secretário.
Outras intervenções realizadas são relacionadas aos veículos com grande volume de infrações de trânsito, como, avanço de sinal e desrespeito aos limites de velocidade. “Veículos que, por exemplo, passam de cinqüenta, cem, duzentas infrações, gerando valores estratosféricos e multas passando de R$ 100 mil, R$ 200 mil, chegando até veículos com R$ 1 milhão em multas de trânsito. Isso comprova o desrespeito e que causa verdadeira insegurança no trânsito, já que essas pessoas ao que parece, não estão se importando com a vida dos outros”, explica Luiz Alves.
O secretário salienta que a equipe de mobilidade e segurança tem adotado uma política de preservação de vida e manutenção de segurança da ordem pública em diversas frentes. Na frente educativa com campanhas, incentivando as pessoas a usarem a faixa de pedestre, motoristas usarem cinto de segurança, respeitar os limites de velocidade, observar os sinais de trânsito com o devido rigor. “Nós estamos trabalhando para sinalizar o mais breve possível, iniciando pelos cruzamentos de maior índice de trafegabilidade e acidentes e partindo para os bairros, enfim, trabalhando incessantemente para melhorar as condições que envolvem a sinalização das vias da cidade e também agindo de modo repressivo e tirando de circulação veículos ‘piseiros’, com irregularidades administrativas que muitas vezes estão em nomes de terceiros e não daquele que conduz e aí praticando toda sorte de infrações sem se importar se vai receber uma multa ou se quer vai ser identificado porque o automóvel, motocicleta geralmente nem está no nome dele, então estamos detectando”, comenta o delegado.
Crimes de trânsito
Algumas condutas irregulares praticadas configuram crimes de trânsito. Conduzir veículo embriagado, empinar motocicleta, praticar corrida em via pública, a própria lesão corporal e homicídio quando culposo na condução de veículo, são passíveis de punição severa. É o que frisa o secretário. “Estamos já com resultados positivos sendo apresentados porque nesses primeiros quatro meses de 2025 em comparação com os primeiros quatro meses de 2024 reduzimos em 38% o número de pessoas que morreram no trânsito de Maringá e o trabalho vai continuar nessa linha buscando cada vez mais a redução desse índice até quem sabe o número zero, que pessoas não percam mais suas vidas no trânsito.”
Ações nacionais
Com o tema “Mobilidade Humana. Responsabilidade Humana”, campanha de conscientização no trânsito, com conteúdos adaptáveis para diferentes públicos e realidades, criado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONVS) a campanha do Maio Amarelo 2025 começou com resultados significativos.
De acordo com a entidade (que trabalha sem fins lucrativos e se dedica a desenvolver ações para contribuir com a redução dos elevados índices de vítimas no trânsito brasileiro), em apenas um mês, o material oficial atingiu a marca de 5 mil downloads, reforçando o engajamento da sociedade com a causa da segurança no trânsito. O número expressivo reflete o interesse crescente de empresas, escolas, órgãos públicos e da população em geral em promover ações de conscientização e valorizar a vida.
Foram disponibilizados vídeos, folders, peças para redes sociais, banners, cartazes, etc. Todos pensados para estimular atitudes mais responsáveis e solidárias nas ruas. A meta é que, até o final de maio, o movimento alcance ainda mais pessoas e amplie o debate sobre comportamentos seguros no trânsito. São mais de 10 peças, entre filipetas, cartazes e banners, desenvolvidas especialmente para alunos, pais, educadores e toda a comunidade escolar.
Com uma abordagem lúdica e educativa, os materiais foram pensados para estimular a reflexão e o debate sobre segurança viária desde os primeiros anos de formação. As peças abordam temas fundamentais como travessia segura, atenção à pressa, uso correto da cadeirinha no carro e cuidados redobrados em áreas escolares. A proposta é envolver as instituições de ensino como protagonistas na multiplicação da mensagem de um trânsito mais humano, sustentável, seguro e responsável.
O material traz ainda o raciocínio de que Amarelar é sinônimo de reflexão e responsabilidade, sendo um convite para valorizar a vida acima de tudo, reconhecendo que a pressa e a imprudência têm consequências devastadoras. Ao utilizar o termo ‘amarelar’, a pessoa é induzida a escolher a prudência, a atenção e o respeito pela sua vida e pela vida do próximo.
O objetivo do movimento é uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil. A intenção é colocar em pauta o tema segurança viária e mobilizar toda a sociedade, envolvendo os mais diversos segmentos: órgãos de governos, empresas, entidades de classe, associações, federações e sociedade civil organizada para, fugindo das falácias cotidianas e costumeiras, efetivamente discutir o tema, engajar-se em ações e propagar o conhecimento, abordando toda a amplitude que a questão do trânsito exige, nas mais diferentes esferas.