A segurança pública de Maringá, constituída pelas polícias Civil e Militar junto com a Guarda Civil Municipal, de agora em diante vão se reunir uma vez por mês com representantes da Câmara de Vereadores, entidades patronais e de trabalhadores, Ministério Público, Poder Judiário, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além das associações de moradores, para discutir, apresentar resultados e sugestões para a área da segurança na cidade. Também deverão participar representantes da Secretaria de Assistência Social, principalmente da Diretoria de Política sobre Drogas. A primeira reunião acontecerá na última semana da fevereiro.
A ideia surgiu durante um debate que reuniu representantes de todos os setores na manhã desta terça-feira, 31, na sede do Sindicato dos Bancários, no centro de Maringá. A reunião estava marcada há duas semanas e coincidiu com o assassinato de uma jovem de 23 anos na tarde do último domingo ao lado do Terminal Urbano, possivelmente cometido por um morador de rua durante uma tentativa de roubo de um celular. Com isso, o tema central do debate se voltou para a população de rua, que cresce e ocupa ruas, avenidas, praças e outros espaços do centro de Maringá.
O presidente do Sindicato dos Bancários, Claudecir de Oliveira Souza, um dos idealizadores do encontro, considerou que a segurança pública precisa ser discutida o tempo inteiro para que não fuja do controle das autoridades, como já acontece em muitas cidades do Brasil e do mundo. Segundo ele, a atenção de todos os setores não vai acabar com a criminalidade, mas a cada debate será possível detectar situações pontuais que terão soluções pontuais antes que o problema aumente.
Campanha contra a esmola
Autoridades e representantes de vários setores que participaram do debate na sede do Sindicato dos Bancários concodaram que está na hora de Maringá ressuscitar a campanha contra as esmolas, que já existiu em diferentes momentos da história da cidade. Desta vez o assunto foi levantado pelo comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, major José Renato Mildemberger Júnior, e foi acompanhado pelos demais.
Segundo o comandante, a PM, assim como as demais forças de segurança, tem trabalhado com estretégias contra o crime, mas a questão da população em situação de rua não é exatamente caso de polícia. Entre eles, é claro, há pessoas que cometem crimes, como há em qualquer outro segmento da coletividade, mas, a questão é muito maior e mais complexa do que simplesmente caso de polícia.
Para Mildemberger, o caso moradores de rua deveria envolver vários setores do serviço público, pois trata-se também de problema social, de saúde, de trabalho e, claro, também de segurança.
“Um dos incentivos para se continua vivendo nas ruas é a esmola”, disse o comandante da PM, dizendo que muitas vezes as pessoas ajudam quem pede nos semáforos, mas ruas, nas portas de casa com a maior boa-fé, com profundo sentimento de compaixão, mas, sem saber, na verdade estão financiando a compra de crack, de maconha e de bebidas alcoólicas, estão incentivando o outro a não buscar trabalho, além de que a esmola transfere a resolução de um problema público para a esfera particular.
Em vários momentos já se apurou que uma pessoa pedindo dinheiro nos semáforos, pode arrecadar até R$ 700 em um dia, muito mais do que pessoas que estão no mesmo semáforo tentando vender água, gomas, doces ou apresentando números de malabarismo.
Participantes do debate, como os vereadores Mário Hossokawa (PP) e Delegado Luiz Alves (Republicanos), enfatizaram que, ao invés de entregar a esmola na mão de quem poderá minutos depois estar numa boca de fumo ou comprando uma garrafa de cachaça, a pessoa que se condói com a situação do morador de rua deveria usar o dinheiro para fortalecer instituições que têm um trabalho voltado a cuidar dessas pessoas com alimentos, atendimento de saúde, atendimento psicológico e apoio pessoal.
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