A professora Márcia Consolaro, do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina (DAB) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), participou da elaboração das diretrizes nacionais do autoteste para a detecção do HPV. As “Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer de Colo de Útero: Parte I – Rastreamento organizado utilizando testes moleculares para detecção de DNA-HPV Oncogênico” foram lançadas em 16 de agosto pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde (MS).
Márcia Consolaro estuda o autoteste para detecção do Papilomavírus Humano (HPV) junto ao governo brasileiro desde 2013, com financiamento federal. As novas diretrizes trazem as políticas de diagnóstico, tratamento e mecanismos de regulação na autodetecção do HPV, que devem ser seguidas por secretarias estaduais e municipais de Saúde em todo o Brasil.
A intenção é que em até 5 anos o autoteste de HPV, que pode ser feito por qualquer mulher em sua própria residência e sem o auxílio de um profissional de saúde, seja uma ferramenta ampla e acessível em todo o Brasil.
De acordo com a pesquisadora, o teste molecular é mais eficaz do que o teste Papanicolau, hoje o mais utilizado em todo o país e já em desuso em todos os países desenvolvidos. “A intenção é que os agentes comunitários de saúde, munidos dos autotestes, visitem as mulheres que devem ser assistidas em casa. Então, elas coletam o teste e entregam ao agente”, explicou. As autocoletas devem ser realizadas por agendamento e os kits de autocoleta, financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil.
O câncer de colo de útero é a terceira maior causa de morte de mulheres no país. Dados do governo federal indicam cerca de 7 mil mortes anuais em decorrência da doença, considerada evitável com o diagnóstico precoce e correto. “Ao todo, são 17 mil casos por ano. Uma estatística triste que pode ser revertida com diagnóstico precoce”, avaliou Márcia.
O HPV afeta peles e mucosas e é bastante comum na população, sendo diagnosticado em até 90% da população sexualmente ativa. É considerada a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo.
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