Símbolo de saúde, sorte, felicidade, longevidade e fortuna, os tsurus são pássaros da cultura japonesa. A obra e instalação de arte urbana com mil dobraduras em árvores na frente do Teatro Calil Haddad de Maringá surgiu a partir da artista visual e game designer Mariana Kanbara, quando ela levou os pais para vacinar contra o coronavírus no formato drive-thru. “Fui na fila bem de madrugada para os meus pais não precisarem ficar lá. Eu passei muitas horas esperando ali. A intenção é criar uma imagem de esperança e cura, não apenas quanto a covid-19 em si, mas também para os nossos corações que já estão tão machucados, sofrendo com a doença, direta ou indiretamente ou perderam alguém querido”, diz.
De acordo com a artista visual a cultura sempre tem muito para ajudar e acrescentar em todos os momentos, visto que as artes tem o poder de criar imagens e potencializar espaços internos e externos no mundo e dentro do nosso interior, nos afetando positivamente e nos fazendo questionar. “É sempre bom a gente manter a cabeça pensante, independente do momento que a gente tá passando. Esse momento de pandemia exige muito de a gente ter a ação coletiva, porque as nossas ações fazem com o que o vírus se espalhe. Inclusive eu tenho falado bastante quando estou lá na obra sobre o uso de máscara, de manter o distanciamento social seguro, mesmo lá sendo no ar livre.”
Diante disso, Mariana ressalta que tem gostado da atitude das pessoas que passam por lá diariamente e que tiram fotos com máscara. “Praticamente todos os dias eu vou lá para fazer manutenção da instalação e vejo que estão respeitando o distanciamento, foi pensando nisso que fiz a obra”, afirma.
Ela contou com doações de dobraduras feitas pelo grupo Oniguris, amigos do Templo Budista Jodoshu Betsuin Nippakuji de São Paulo, pelo asilo Wajunkai e amigos da artista. “Foi um trabalho de formiguinha, uma forma de trabalho coletivo realizado cada um de suas casas neste momento que precisa do distanciamento social.”