Os números revelam que a verticalização é uma tendência atual no setor da construção civil em Maringá. Segundo sondagem do Mercado Imobiliário realizada pelo Sinduscon/PR-Noroeste, até 31 de outubro, estavam sendo construídos 103 prédios residenciais em Maringá. No total, são 9.581 unidades em construção, que somam 1,29 milhão de metros quadrados. O resultado é levemente menor do que o mapeamento anterior, de agosto, quando havia 109 empreendimentos verticais multifamiliares, isso porque 23 foram entregues e 17 começaram a ser construídos.
De acordo com o estudo, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), dos apartamentos, 3.889 têm dois quartos, 3.084 têm três quartos, 1.064 têm 1 quarto e o restante tem quatro quartos, é estúdio ou é classificado como Zona Especial de Interesse Social (Zeis).
Apartamentos com até 55 metros quadrados somam 4.788, ou seja, 49,9% do total. Depois, 2.411 têm de 55,01 a 80 metros quadrados, 1.459 têm de 80,01 a 120 metros quadrados, 682 têm de 120,01 a 180 metros e 241 têm mais de 180 metros quadrados. Dos prédios em construção, 69% são incorporação a preço fechado. As maiores concentrações estão nas zonas 7, 1 e 3. Estão em fase de lançamento e aprovação 29 empreendimentos, com 4.398 mil unidades e 557 mil metros quadrados.
Mas o porquê dessa crescente na verticalização em Maringá e nas grandes cidades? Em entrevista exclusiva ao jornal O Maringá, o presidente do Sinduscon/PR-Noroeste, Rogério Yabiku, diz que é um processo natural devido a grande demanda por habitação e, principalmente ao alto custo dos terrenos e esclarece. “Em um terreno onde teríamos apenas uma residência, o custo é dividido em vários apartamentos, viabilizando o acesso à moradia”.
Realidade
Para Yabiku, a verticalização é uma realidade e o desafio dos projetos dos empreendimentos residenciais é proporcionar qualidade de vida.
“Os condomínios residenciais investem em áreas de lazer. E não estamos falando só de médio e alto padrão, mas também dos empreendimentos voltados às famílias de menor renda. Hoje as unidades construídas para o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ possuem amplas áreas de lazer, com piscina, churrasqueiras, quadras de esportes, entre outros”.
Os Planos Diretores dos municípios também buscam equilibrar os impactos ambientais por meio do adensamento. “Cidades ‘espraiadas’ [que se alastrou] aumentam os gastos públicos para atender a população afastada dos centros urbanos, por meio de escolas, postos de saúde e outros equipamentos públicos. Também aumentam as áreas impermeáveis do solo, reduzem as áreas destinadas à produção rural e geram grandes deslocamentos”, relata Yabiku.
Estudo de mercado
A busca por novos empreendimentos das pessoas lança grandes desafios para as construtoras que cada vez mais estão antenadas aos dados do mercado que é monitorado pela Sinduscon. A velocidade das vendas deve estar interligada com a execução das obras minimizando assim os custos que são elevados para construir. “No geral, as construtoras de Maringá realizam bom estudo de mercado, de forma que os empreendimentos lançados têm boa velocidade de vendas, gerando baixos estoques”, salienta o presidente.
O Sinduscon monitora os empreendimentos em execução, gerando informações estratégicas de mercado: quantidade de empreendimentos em execução e estratificação destes dados em tipologias (um, dos, três ou mais dormitórios), metragem, localização, entre outras informações. Outro grande desafio é conseguir enquadrar os custos de construção à capacidade de compra da população. Para isto as construtoras investem em treinamento e capacitação dos colaboradores, de forma a aumentar a produtividade, reduzir retrabalhos e acidentes de obra. Os investimentos em tecnologia e inovação também são constantes para a redução dos custos.