Morreu nesta quinta-feira, 24, em um hospital de São Paulo, o cantor Edivaldo Souza, conhecido como Edy Star, o primeiro artista glam do universo da música brasileira. Edy participou do histórico álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das 10, ao lado de Raul Seixas, Miriam Batucada e Sérgio Sampaio, todos mortos.
Baiano de Juazeiro, mesma cidade de João Gilberto, Galvão e Ivete Sangalo, o artista sofreu acidente doméstico há dias e estava internado. Ele morreu aos 87 anos, vítima de insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda.
Edy Star deixa álbum inédito, gravado no ano passado com o repertório de Raul Seixas (1945 – 1989) e a participação do cantor Edson Cordeiro.
Ícone gay da contracultura brasileira, Edy Star manteve hasteada a bandeira da liberdade desde a infância e adolescência passadas na Bahia até os últimos anos vividos em São Paulo. Performático, o intérprete barbarizou na década de 1970 em shows em boates da marginalizada região central do Rio de Janeiro.
Aliás, Edy se tornou parceiro de Gilberto Gil em Procissão (1965), um dos primeiros sucessos de Gil. O artista conseguiu o crédito de coautor da música nos anos 2010 após acordo com Gil.

O artista transitou pela Espanha, país onde morou por quase duas décadas. Na volta ao Brasil, o cantor retomou a discografia com a edição, em 2017, do álbum Cabaré Star, produzido por Zeca Baleiro com Sérgio Fouad. Neste disco de teatralidade dionisíaca, o artista cantou com Caetano Veloso, Ney Matogrosso – cantor que de certa forma abriu portas no mercado para o Edy Star, em 1973, com a postura libertária do trio Secos & Molhados – e Filipe Catto.
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