Uma das figuras folclóricas mais conhecidas da região, Manoel Gonçalves Pereira Moreira, morador de Marialva famoso por nunca usar camisa, morreu na madrugada desta segunda-feira, aos 81 anos.
Ultimamente ele residia em Americana, no Estado de São Paulo, para onde foi levado pelos filhos que não o queriam sozinho em Marialva com idade avançada. Velório e sepultamento ocorrem em Americana.
A morte foi em conseqüência de complicações surgidas após ele sofrer uma queda e quebrar o fêmur. Manoel passou por uma cirurgia, mas nos últimos dias enfrentou complicações, que resultaram na morte nesta madrugada.
Manoel, também chamado de Português, por ser filho de imigrantes portugueses, era pioneiro em Marialva e, como morava próximo ao Centro da cidade, era figura constante nos estabelecimentos comerciais, feiras-livres e praças onde se concentravam os moradores.
Logo ficou conhecido como Homem sem Camisa, pelo costume de raramente vestir camisa, mesmo em dias frios. Ele acabou assumindo o personagem e, segundo ele próprio dizia, nunca mais usou camisa.
O personagem, também chamado de Peladão de Marialva, ficou famoso, especialmente depois que o jornalista Donizete Oliveira o destacou em uma matéria no jornal O Diário. Em seguida, outros jornais, rádios e TVs também aumentaram a fama do Peladão.
Morando sozinho, Manoel se orgulhava de mostrar seu guarda-roupas, onde havia somente uma camisa que, segundo ele, estava ali havia muitos anos para ser usada se surgisse uma necessidade especial, como um convite para um casamento.
Baseado no que Manoel garantia há cerca de 20 anos, ele deve ter ficado sem usar camisa mais de 40 anos, embora os amigos o gozassem, afirmando que ele não saía de casa nos dias de muito frio para ninguém ver que, além de camisa, ele estava de blusa e debaixo das cobertas.
Mas, nem somente a falta de camisa fazia parte do personagem. Manoel era adepto de comida natural, de preferência crua, só tomava banho frio e cuidava da saúde com métodos caseiros.
Também não tinha telefone celular e em sua casa praticamente não havia aparelhos elétricos.
A morte de Manoel Moreira foi destacada nesta segunda-feira por portais de notícias de todo o Paraná e até de outros Estados, o que mostra que o personagem que criou realmente fez história.
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