A Assembleia Legislativa do Paraná aprovou, em sessão extraordinária, nesta quinta-feira (24) o projeto de lei apresentado pelo Governo do Paraná que prevê a venda da Copel. A discussão em segundo e terceiro turno entre os parlamentares em plenário foi tumultuada e calorosa, e com protestos dos manifestantes que ocuparam as galerias da Alep. As informações são do Paraná Portal.
O texto enviado pelo Executivo prevê a transformação da companhia em uma empresa de capital disperso e sem acionista controlador foi aprovado a toque de caixa pelo Legislativo, com pouca discussão e votado em regime de urgência.
Em votação, a maioria dos deputados estaduais do Paraná decidiram em favor da privatização da maior estatal do Paraná. Com emendas, o projeto voltou para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ser retomado no plenário.
A votação em segundo turno teve 35 votos favoráveis e 13 contrários. Em redação final, o placar foi de 37 votos a favor da privatização e 12 votos contra.
Ontem, o projeto de lei já havia sido aprovado em primeiro turno na Alep. O projeto havia recebido cinco emendas e todas foram rejeitadas. O projeto segue agora para a sanção do governador Ratinho Junior.
Antes da votação em segundo turno, a medida foi duramente criticada pelos deputados de oposição.
“De quê adianta um diploma de deputado estadual se vocês se elegeram para negociar cargos no governo? Me desculpem a indignação, mas se vocês acreditam na venda da Copel e em seus benefícios, por que nenhum dos senhores subiu a tribuna para defender esse absurdo? Não tem um argumento válido sequer. Hoje e ontem, essa Assembleia e a posição de cada um dos senhores deputados da base me envergonha”, disparou Requião Filho (PT).
Após seu discurso, o parlamentar partiu pra cima da base do governo e precisou ser contido em plenário.
“O povo está sendo enganado! A Copel além de ser privatizada, vai ser sucateada e enfraquecida! A tarifa vai subir, o investimento vai cair e os direitos trabalhistas serão extintos. Essa é a lógica do governo Ratinho Junior e quem sofre é o povo. Vamos à Justiça contra esse absurdo”, declarou o deputado Arilson Chiorato (PT), líder da oposição.
Nenhum dos 35 deputados que votaram de forma favorável ao projeto exerceu o direito de se pronunciar na tribuna, tampouco se dispuseram a explicar aos manifestantes presentes e aos demais parlamentares – além da população paranaense – os fundamentos da venda da Copel.
A oposição pediu pra votar as emendas separadamente e a sessão chegou a ser suspensa temporariamente, mas a base do governo orientou voto não. O governo não se manifestou sobre a discussão na Alep.
Fonte: O Dia na Cidade