Com o objetivo de treinar as forças policiais de Maringá para situação mais próxima do real, um simulado de combate a crimes violentos e domínios de cidades ocorrerá na madrugada do próximo dia 17 de setembro para o dia 18, em local que não será revelado, na área de abrangência do 3º Comando Regional de Polícia Militar (CRPM).
“É um treinamento das forças policiais. Nós passamos uma semana com treinamento, onde foi envolvida Polícia Civil, Polícia Federal Rodoviária, Polícia Federal, Polícia Militar, Guarda Municipal, todas as forças de segurança passaram uma semana fazendo instruções, compartilhando informações, para que fosse confeccionado o Plano de Defesa do Município”, explica o capitão Ulisses, em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, 10 de setembro, na sede do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM).
Assim como todos os municípios, a Cidade Canção tem pontos vulneráveis que podem ser alvos da ação de bandidos. “Esses criminosos, quando agem, agem de forma violenta. São armamentos militares pesados. São grandes quantidades de veículos, a maioria deles, se não todos, blindados. São pessoas que possuem treinamento paramilitar. Eles estão dispostos a fazer coisa. Eles não fazem distinção entre a força policial e a população”, explica o capitão, durante a entrevista da qual O Maringá fez parte.
Nesse contexto, o simulado que será feito no município é fruto de informações coletadas, de treinamentos realizados e do planejamento. É a segunda vez que essa prática é feita em Maringá – o primeiro ocorreu em 2022 em local e horário de conhecimento de todos à época.
Mas, em 2024, a realização do novo treinamento será em local inesperado, que não será previamente informado, para justamente se aproximar ao máximo possível da realidade. Por isso, a população precisa saber que, na madrugada de 17 para dia 18, haverá uma situação simulada de assalto a banco ou estouro de caixa, com disparo de armas de fogo e explosões, por exemplo.
“Como a população deve agir? Jamais vá para a proximidade desse local”, alerta o capitão da PM, destacando que o impulso natural das pessoas é de aproximar e gravar esse tipo de situação para postar nas redes sociais. “Segure esse ímpeto. Se ela [população] se aproximar desse local pode ser vítima. Ser tomada como refém ou ser alvejada com um disparo”, exemplificando que uma arma calibre .50 pode passar um veículo, uma parede.
Em outras palavras, a população não deve se aproximar em hipótese alguma do exercício simulado das forças policiais. Inclusive, a recomendação é de não sair às ruas de Maringá, pois haverá circulação de veículos em situação de perigo e tensão.
“O objetivo desse Plano é preservar vidas. Preservar a vida dos policiais e manter segura a população”.
‘Novo cangaço‘
O capitão Ulisses explica que a atividade em Maringá integra uma série de treinamentos e capacitações que a Polícia Militar faz em todo o Estado. “Todos os Batalhões, todas as unidades possuem seu Plano de Segurança de maneira a dar uma resposta apropriada a esse tipo de ação criminosa”.
Segundo ele, esse simulado marcado para ocorrer em Maringá é um tipo de treinamento para combater ações como o “novo cangaço”, que é uma das modalidades de crimes violentos contra o patrimônio. Entre suas características principais, está o uso de violência e estratégias para ataques à instituições financeiras, como bancos e carros-fortes. Esse tipo de crime se assemelha ao “cangaço” histórico do início do século 20.
“A Polícia Militar está constantemente revendo os pontos sensíveis. Esse treinamento é para mostrar se existe algum falha no treinamento, para fazer as correções. E para poder manter os policiais militares seguros sem perdas de vidas e a população segura”, explica o capitão.
Paraná
Em 2024, cidades como Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Wenceslau Braz, no Norte Pioneiro, e Cascavel, no Oeste, também contaram com exercícios simulados. Elas pertencem, respectivamente, ao 4º CRPM, 2º CRPM e 5º CRPM. As formações serão realizadas ainda em Curitiba e São José dos Pinhais até o final do ano, atingindo todos os comandos regionais paranaenses.
A formação é realizada durante uma semana e, 10 dias depois, uma unidade policial é escolhida para a realização do simulado. Neste período, a unidade precisa elaborar o plano de defesa envolvendo os policiais que atuam ali, contatando outras forças de segurança e também avisando a comunidade sobre o que vai acontecer. O local do simulado não é avisado à corporação, para que os policiais possam atuar como se fosse uma situação real.