A vida entre abelhas de Jairo Guilhobel Siqueira

Prazer, alegria e bons frutos fizeram o apicultor estabelecer uma vida dedicada ao mel

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“Come mel, filho meu, porque é bom, e do favo do mel, que é doce do teu paladar”, esse é o provérbio lema de Jairo Guilhobel Siqueira, 58, nascido em Ortigueira, onde sempre residiu. Apicultor e proprietário da Casa do Mel, existente na cidade há aproximadamente 20 anos, localizada na Rodovia do Café, 376. Ele é de origem de família apicultora e carrega o mel nos olhos desde três anos de idade. Um homem simpático, que zela pela honestidade e que aprendeu a ser batalhador por meio do convívio com as abelhas, pois atua com 1.000 colmeias.

No início da trajetória de apicultor foi incentivado e motivado a expandir o negócio, mas devido a abundância e facilidade que tinha em extrair o mel, hábito que veio dos avós e que chegou até a sua geração, lembra ele que no início foi árduo, em razão da burocracia existente do poder público. Sua família era de nascença humilde, de uma infância com muita privação. As vendas começaram com uma pequena barraquinha na margem da rodovia, juntamente com a mulher e sócia Angela Adriana Gomes Siqueira. Naquela época era difícil ter para quem vender o mel, então, foi uma forma que encontrou de oferecer os produtos, pois ali passava um grande movimento de pessoas em tráfego, local bem perto da onde encontra-se a atual empresa.

A produção inicia na colmeia e é envasada na indústria. A venda é feita no atacado e varejo, totalizando 30 toneladas por ano, diversificada em várias floradas. Hoje, a comercialização está agregada também com outros produtos, como própolis de spray e de gotas, pomadas de cera, mel composto com poejo, guaco e própolis, e também mel em sachê, totalizando em média 20 produtos.

Devido a pandemia do novo coronavírus, atualmente um dos destaques em vendas é o mel composto com própolis. A demanda pelo mel e outros produtos derivados é por todo o país. A empresa atende cerca de 500 lojas de produtos naturais. No passado, já houve até a exportação por 15 anos.

A profissão de apicultor proporcionou uma boa rentabilidade. Foi possível agregar em outras atividades, como investir em compras de fazenda e pecuária, tudo proveniente de muita luta e dedicação ao trabalho.

Para Jairo, trabalhar com abelhas é sensacional, pois o mel faz bem e é citado na bíblia em 64 lugares, sendo um trabalho ecologicamente correto, sinônimo de fartura e doçura. O que lhe causa alegria e felicidade, é viver entre as abelhas.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Maynara Guapo
Foto: Maynara Guapo

 

Você sabia que a cada três colheradas de comida, uma depende da polinização?

A função das abelhas é essencial para a conservação da sociedade. Existem três aspectos que determinam a relevância desses insetos para o meio ambiente. O primeiro está relacionado a missão na alimentação do planeta. Com isso, segundo dados da ONG americana World Bee Day, uma das maiores organizações em defesa das abelhas, elas são encarregadas pela “polinização de quase três quartos das plantas que produzem 90% dos alimentos do mundo.” Desse modo, um terço da produção mundial de alimentos depende das abelhas, isto é, “a cada três colheradas de comida, uma depende da polinização.” Isso sem contar toda a produção de mel, que serve não somente para a consumação alimentícia, no entanto, para a elaboração de remédios e cosméticos.

O segundo ponto equivale à sustentabilidade agrícola. O pólen é um pequeno grão presente nas flores, que é fornecido pelo sistema de reprodução das plantas. Para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Empraba) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento “ao pousar de flor em flor, usam os muitos pêlos que possuem em seu corpo para coletar o pólen, que elas transportam depois para outras flores.” Com esse ato, as abelhas mesclam o material genético das plantas, certificando uma maior flexibilidade e, provavelmente, maior resistência contra pragas e outros insetos predadores.

Já o terceiro e último aspecto é referente ao fato de que as abelhas estão próximas à manutenção da biodiversidade. Conforme a Associação Brasileira dos Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A), as abelhas são animais intensamente sensíveis às modificações de ambiente e temperatura. Elas são, consequentemente, indicadores de biodiversidade, que além de serem as maiores polinizadoras do mundo, ficam atentas na saúde do planeta.

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