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‘Alcoolismo é uma doença multifacetada’, diz psicóloga

Por Cristiano Monteiro Martinez
10 de junho de 2025
Maria Luiza Lemos Dutra, durante entrevista (Crédito: OM)

Maria Luiza Lemos Dutra, durante entrevista (Crédito: OM)

Reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoolismo continua destruindo vidas. Por exemplo, um estudo divulgado em 2024 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que o consumo de álcool causa, em média, 12 mortes por hora no país.

Os números totais são de 104,8 mil mortes em 2019 no Brasil. Homens representaram 86% das mortes: quase a metade relacionam o consumo de álcool a doenças cardiovasculares, acidentes e violência. Mulheres são 14% das mortes: em mais de 60% dos casos, o álcool provocou doenças cardiovasculares e diferentes tipos de câncer.

“O alcoolismo é uma doença multifacetada”, diz a psicóloga, conselheira em dependência química e especialista em aconselhamento familiar Maria Luiza Lemos Dutra. Esse mal atinge a família, o trabalho, as relações sociais, a saúde física e até espiritual. É um problema que afeta a todos, sem distinção de classe social, sexo, idade.

A pesquisa da Fiocruz aponta maioria de homens, mas a psicóloga observa que as mulheres também são prejudicadas por esse vício e tem suas particularidades. “O organismo delas funciona diferente do homem, que é mais aquoso, à base de água. Ele quebra as moléculas com mais facilidade. A da mulher não quebra”, explica, acrescentando que no público feminino o estado de embriaguez é amplificado, por conta dos hormônios. E entra em jogo também que a mulher tem mais dificuldade de aceitar seu estado de alcoolismo.

Ilusão
“O álcool traz uma ilusão, traz uma sensação de bem-estar. A partir do momento que a pessoa bebe o primeiro gole, esquece dos problemas. Mas é enganoso”, explica Dutra, acrescentando que essa bebida age numa área do cérebro, causando um efeito de alívio e prazer por determinado tempo. Depois, começa a cobrar seu preço, quando se torna vício e destrói vidas.

A especialista diferencia o limite do “beber social” e do “beber problema”. Este é quando o sujeito começa a ter falhas no trabalho em função do álcool, passando a programar a vida de acordo com os locais que disponibilizam a bebida alcoólica. Vive-se numa sociedade que promove o consumo dessa bebida: comemorações, prazer associado ao álcool, associado ao lazer, aos amigos, ao “eu mereço”. A situação se agrava quando vem as fases problemáticas e que afetam o dia a dia.

Segundo a psicóloga, o álcool é uma doença incurável que leva a três caminhos: à morte, que é o cemitério; à cadeia: e ao sanatório. “Só que se você buscar ajuda, tem tratamento. Você não vai deixar de ser alcoolista, mas não estará bêbado e nem atitudes influenciadas pelo álcool”, explicando que se deixa o consumo, mas fica a tendência a desenvolver o alcoolismo. Ou seja, se detém a bebida para tratar os sintomas; por isso, é importante não ingerir gota alguma. “É uma questão de vida ou morte”, reforçando a importância de não recair.

Na sua área de atuação, Maria Luiza Lemos Dutra explica que um dos cuidados é não se deixar levar pela manipulação do alcoolista, que costuma ser um sujeito muito inteligente, simpático e boa praça. O engano dele é mostrar que o álcool traz felicidade e prazer, o tal de “eu mereço estar bem com meus amigos”.

Vive-se numa sociedade que promove o consumo dessa bebida: comemorações, prazer associado ao álcool, associado ao lazer, aos amigos, ao “eu mereço” (Crédito: Ilustrativa/Freepik)

Tratamento
Como a doença do alcoolismo afeta o físico, o psicológico, o físico e até mesmo o espiritual, o tratamento precisa ser feito nessas áreas, conta a especialista.

Por exemplo, o físico é cuidado pelo médico. Toda casa de recuperação tem um psiquiatra. Nesse contexto, a pessoa viciada vai precisar de um medicamento para baixar essa defesa que é a manipulação, a mentira. O fármaco desacelera a ansiedade.

Outro profissional necessário é o psicólogo, porque este vai na origem do problema. “Ele vai tratar os traumas, o que levou àquela situação, ao alcoolismo. Ele vai no foco do problema”, explica Dutra.

E também não se pode descartar o lado espiritual, que é uma assistência muito importante, avalia a psicóloga. O alcoolista precisa acreditar em algo, a ter fé, se engajar em alguma religião.

Enfim, são várias áreas a serem trabalhadas durante o tratamento. “Para ter um resultado ideal, que seja: não usar novamente, seja droga, seja álcool”.

Recuperação
Ao longo de sua trajetória profissional, Dutra recorda de casos de recuperação. “É uma alegria, é motivo de comemoração. Tanto da casa por onde passou quanto do consultório em que atendemos”, citando exemplos de gente que seguiu os passos e teve a vida novamente, começando uma nova trajetória.

Mas a pessoa que passa por esse problema precisa assimilar e pôr em prática, que é aceitação, humildade, senso de compartilhamento, de se colocar no lugar do outro e perdoar o passado.

Do outro lado, existem casos de fracasso, de sujeitos que não conseguiram superar ou não querem por causa do prazer proporcionado pela droga. “Mas no tratamento, a gente tem de mostrar que o álcool pode trazer o prazer momentâneo, mas depois cobra um preço alto”, citando que é possível substituir a ilusão de satisfação da bebida por outras atividades, que são de fato verdadeiras, como o esporte.

Crédito: Alcoólicos Anônimos/Divulgação

Alcoólicos Anônimos completa 90 anos
Nesta terça-feira, 10 junho, Alcoólicos Anônimos completa 90 anos, período em que chegou a 180 países e ajuda milhões de pessoas que sofrem com o alcoolismo a levar uma vida ‘normal’, o que impacta também milhões de famílias com sofriam com o alcoolismo de pais, filhos, maridos, esposas.

Na avaliação da psicóloga Maria Luiza Lemos Dutra, iniciativas como o AA são maravilhosas, pois grupos de apoio com esse perfil se baseiam somente na conversa, na troca de experiências e depoimentos. “Funciona através de um programa que é conhecido como ‘Doze passos’. A pessoa que entra lá, e quer se tratar, consegue. Sai como uma nova pessoa, pronta para a vida”, resume. “É realmente terapêutico”, destacando que é uma organização aberta, sem custos e tampouco chefes.

Em Maringá, os grupos de apoios são o A.A. Grupo Central (rua São João, 1.283, Zona 7), com reuniões todas as noites, 20 horas. E o A.A. Grupo Cidade Verde (rua das Azaléias, 1.683, Borba Gato), reuniões às quartas-feiras, 20 horas.

Encontre um grupo próximo a você: www.aa.org.br

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Tags: AAAlcoólicos AnônimosFundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)Maria Luiza Lemos DutraMaringáOrganização Mundial da Saúde (OMS)

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