A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou no boletim epidemiológico semanal a respeito do coronavírus na noite de ontem que englobou uma nova cepa do SARS-CoV-2, nomeada de Mu, na lista de ‘variantes de interesse’. A variação foi encontrada pela primeira vez na Colômbia, em janeiro de 2021.
A preocupação é devido a variante ter mutações que podem mostrar resistência aos imunizantes e mais pesquisas serão feitas para conhecer as particularidades, disse a organização. Todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, que ocasiona a covid-19, sofrem mutações com o tempo, e a maioria delas tem pouco ou nenhum impacto nas características do vírus. Contudo, algumas alterações podem afetar as propriedades do vírus e interferir, por exemplo, na capacidade de disseminação, a gravidade da doença que causa ou o êxito de vacinas, medicamentos ou outros parâmetros para combatê-la.
A origem no ano passado de variantes que apresentavam riscos piores à saúde pública global fez a OMS caracterizá-las como “de interesse” ou “preocupantes”, dispostos a favorecer as atividades de vigilância e pesquisa em nível global.
A entidade aderiu as letras do alfabeto grego para apelidar as variantes e assim ajudar na identificação para o público não científico e evitar a estigmatização associada ao país de origem.
Quatro das variantes foram categorizadas pela OMS como “preocupantes”, Alfa, Beta, Gama e Delta. Enquanto cinco foram classificadas como “de interesse”: Eta (detectado vários países em dezembro de 2020), Iota (encontrado nos EUA em novembro de 2020), Kappa (detectada na Índia em outubro de 2020), Lambda (surgida no Peru em dezembro de 2020) e, agora, a Mu.
A nova cepa de interesse foi descoberta na Colômbia em janeiro passado e, desde então, foi vista em outros países da América do Sul. Além de que foram expostos surtos da Mu e B.1.621 também foram elencados em partes dos EUA e na Europa.
“Embora a prevalência global da variante Mu entre os casos sequenciados tenha diminuído e atualmente seja inferior a 0,1%, sua prevalência na Colômbia (39%) e no Equador (13%) aumentou constantemente”, ressaltou a OMS.
“A prevalência relatada deve ser interpretada com a devida consideração de capacidades de sequenciamento e oportunidade de compartilhamento de sequências, que variam em ambos países. São necessários mais estudos para compreender as características fenotípicas e clínicas dessa variante. A epidemiologia da Mu na América do Sul precisa ser monitorada, particularmente, com a co-circulação da Delta.”