Imunizantes em combate ao coronavírus usados no Brasil expandem a proteção de quem já teve a doença, segundo estudo

Covid-19: 1,5 milhão de brasileiros estão com segunda dose atrasada

Foto: Agência Brasil

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgaram ontem um estudo a respeito dos imunizantes em combate ao coronavírus utilizados no Brasil que expandem a proteção contra a doença em quem já teve a doença anteriormente. O trabalho foi publicado em formato preprint no site Medrxiv, o que quer dizer que ainda necessita de revisão por outros cientistas.

Os pesquisadores analisaram 22.565 pessoas acima dos 18 anos que tiveram dois testes de RT-PCR positivos e 68 mil que tiveram teste positivo e após negativo, entre fevereiro e novembro deste ano.

De acordo com o artigo, a imunização com as duas doses de AstraZeneca, Pfizer e CoronaVac, ou com a dose única da Janssen, foi possível diminuir reinfecções sintomáticas e casos graves da doença em quem já havia contraído a covid-19 previamente. A pesquisa revelou que, quando a vacina exige duas doses, a aplicação da segunda dose na verdade aumentou o nível de proteção contra reinfecções nos sujeitos estudados.

O principal pesquisador encarregado pelo estudo, Julio Croda, da Fiocruz Mato Grosso do Sul, ressalta que a avaliação contou com a base nacional de dados acerca denotificação, hospitalização e vacinação e comprova a necessidade de terminar o esquema vacinal mesmo em quem já teve coronavírus.

“A importância de ser vacinado é a mensagem principal, e a necessidade dessas duas doses para maximizar a proteção. Vemos que alguns países chegam a recomendar apenas uma dose para quem teve covid-19, por considerar que estes já contam com um certo nível de anticorpos neutralizantes. Mas esse tipo de avaliação de efetividade na vida real mostra que há um ganho adicional com a segunda dose. É um ganho substancial contra as formas graves”, afirmou ele em entrevista à Agência Fiocruz de Notícias.

Ao averiguar os dados, os pesquisadores avistaram que depois da infecção inicial, a eficácia contra a doença sintomática 14 dias após o esquema vacinal completo é de 37,5% para a CoronaVac, 53,4% para AstraZeneca, 35,8% para Janssen e 63,7% para Pfizer. Já o efeito contra hospitalização e morte, também após 14 dias da aplicação, é 82,2% com a CoronaVac, 90,8% com a AstraZeneca, 87,7% com a Pfizer e 59,2% com a Janssen. A pesquisa pode ser acessado em inglês no site Medrxiv.

Sair da versão mobile