O jogo se tornou um problema em sua vida? Maringá e Londrina vão poder ajudar, saiba como

O jogo se tornou problema nas vidas de muitas pessoas e Jogadores Anônimos pode ajudar

Com a liberação das bets e outros jogos por celular, muitas pessoas estão desesperadas, aumentando dívidas e muitas se matam por não conseguirem controlar a compulsão Foto: JA

O secretário de Registros do Escritório de Serviços da Área 23 de Jogadores Anônimos, U., estabelecido no Rio de Janeiro, está encaminhando convites a prefeitos de Maringá e região, representantes das igrejas católica, evangélicas e de outras religiões, educadores, profissionais de Saúde e o povo em geral para uma Reunião Pública no próximo dia 15, às 9 horas, no auditório do Centro de Ação Cultural (CAC) Márcia Costa – antiga Biblioteca Pública -, onde será abordado o método da instituição Jogadores Anônimos (JA) para ajudar pessoas com compulsão pelo jogo.

A Reunião Pública é o primeiro passo para a instalação de um grupo, que manterá reuniões onde os próprios jogadores compulsivos falarão dos problemas que tiveram ou têm devido à sua maneira de jogar. Em outras palavras, os próprios ‘viciados’ em jogo se ajudarão a ter domínio sobre suas vidas e assim ficarem sem jogar e sem sofrer com isto.

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Segundo U., que fundou no Rio de Janeiro há mais de 40 anos o primeiro grupo de J.A. no Brasil para solucionar seu próprio problema com o jogo, o Jogadores Anônimos tem um método parecido com o empregado por Alcoólicos Anônimos (AA), Narcóticos Anônimos, Fumantes Anônimos e outros grupo de ajuda mútua.

A questão do anonimato é uma estratégia para pessoas que não querem que seus problemas sejam conhecidos por outros. “No grupo, o jogador compulsivo estará entre iguais, todos ali têm os mesmos problemas, os mesmos sofrimentos e as mesmas dificuldades para controlar seus impulsos”, explica U. “Ali a pessoa poderá se abrir com a confiança de que o que ele disser não sairá dali. Ninguém de fora ficará sabendo que ele frequenta o JA, nem que ele tem problema com o jogo”.

Nos últimos meses, U. e outros membros da direção nacional do JA têm sido convidados para orientar a instalação de grupos em diferentes Estados, já que o número de jogadores compulsivos explodiu com a liberação das bets e outros tipos de jogos eletrônicos. Pessoas que nem sabiam que tinham compulsão para o jogo, hoje perdem milhares e milhares de reais apostando sem controle. Há, inclusive, gente roubando aposentadorias de avós, vendendo objetos de casa ou se atolando em dívidas por causa de jogos. Há poucos dias, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), um servidor público atolado em dívidas acabou matando a mãe durante uma discussão por causa de sua maneira descontrolada de jogar.

São essas pessoas que o JA pretende alcançar e ajudar. Assim, quem achar que chegou a hora de buscar ajuda, um grupo está sendo formado. Quem quiser saber mais sobre isto, a reunião pública em Maringá será no próximo dia 15, um sábado, às 9 horas no CAC, esquina das avenidas Getúlio Vargas e XV de Novembro.

 

SUGESTÃO

Para conhecer melhor o aumento de jogadores compulsivos, O Maringá sugere um episódio do podcast UOL Prime, onde os jornalistas José Roberto Toledo e Camila Brandalise discutem os impactos dos jogos online e os dramas humanos causados pelo jogoo compulsivo.

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