As hepatites virais são divididas entre A, B, C, D e E. As mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C que são contraídas por vírus ou uso de medicamentos, álcool e outras drogas, por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
A prevenção se dá por meio de vacinação e cuidados básicos de higiene. As hepatites A e E são transmitidas pelo consumo de água e alimentos contaminados por fezes e estão ligadas às condições precárias de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. Geralmente, essas infecções são benignas e autolimitadas, podendo ser mais brandas em crianças e mais graves em adultos.
Instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019, a campanha nacional “Julho Amarelo” visa reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle destas doenças. A Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) alerta para os cuidados com as infecções que atingem o fígado, podendo ser leves, moderadas ou graves, evoluir para a necessidade de transplante e até mesmo levar à morte.
Ainda de acordo com a Sesa, ano passado o Paraná registrou 39 casos de hepatite A; 1.161 de hepatite B; 776 do tipo C e 1 caso de hepatite D ou “B+D”, pois um paciente só pode contrair a hepatite D por meio do vírus da hepatite B.
Este ano, de janeiro a junho, foram notificados 390 casos de hepatite A; 291 de hepatite B; 243 de hepatite C e 1 caso de hepatite D. Em 2023, 77 pessoas morreram no Estado e este ano já são 32 óbitos em decorrência das infecções.
Na maioria dos casos, a infecção pelo vírus da hepatite é silenciosa e não apresenta sintomas. Quando presentes, os sinais são cansaço, febre, mal-estar, tontura, náuseas, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Em casos de sintomas ou contato com casos confirmados, a orientação é que a pessoa procure uma unidade de saúde o mais rápido possível.
A detecção dos vírus que causam as hepatites virais é realizada por meio de testagem. Nos casos das hepatites B e C, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza testes rápidos e, para os demais vírus, é recomendado o teste de sorologia, analisado laboratorialmente. “O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar o agravamento dessas infecções”, enfatiza o secretário estadual da Saúde, César Neves.
As hepatites B, C e D são transmitidas pelo sangue via parenteral, percutânea e vertical (de mãe para filho durante a gravidez, o parto e a amamentação), por relação sexual (sem preservativo), por objetos contaminados (lâminas de barbear, alicates de unha, tesouras e outros objetos como agulhas e seringas) e também por exposição a material biológico contaminado, por exemplo, procedimentos cirúrgicos, odontológicos, hemodiálises, transfusões e endoscopias realizadas sem as normas de biossegurança.
O SUS disponibiliza vacinas contra as hepatites A e B. Já a hepatite C possui medicamentos que permitem sua cura.
Em 2023, Paraná registrou 88,4% de cobertura na vacina da hepatite A; 80,8% na hepatite B e 89,9% da pentavalente. Este ano os dados parciais indicam que as coberturas estão em 83,1%, 81,8% e 89,2%, respectivamente. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde para essas vacinas é de, no mínimo, 95%.