Saúde mental e emocional deve ser tratada com uma gama de fatores

O Maringá

A unidade na UEM recebe vários casos de ansiedade e depressão, (esses os mais comuns) - Foto: Pamela Maria

O início do ano é um momento em que as pessoas normalmente estão mais propensas a pensarem em suas vidas. Aproveitando esta época, a campanha ‘Janeiro Branco’ visa conscientizar a população sobre a saúde mental e emocional.

Para explicar sobre o assunto e também da atuação em Maringá, recebemos em nossos estúdios, a psicóloga e docente da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Karolina Reis, que trabalha na coordenação da Unidade de Psicologia Aplicada (UPA) e supervisiona os casos atendidos, juntamente com a equipe do departamento.

Para uma vida mental mais saudável a psicóloga salienta o que se pode fazer. “A saúde mental envolve o tempo de lazer que essa pessoa tem a possibilidade de fazer, o tempo ócio inclusive, para ela conseguir ficar sem fazer nada, ou um tempo de exercício, um tempo com a família, ficar off das redes sociais. Quanto maior variedades de estímulos que essa pessoa possa viver, melhor e mais saudável ela ficará.”

Reis diz que se perdeu um pouco da importância do contato olho a olho. Ações como ter um amigo para conversar, tomar um café, a oscilação de sentimentos (triste, feliz, nervoso, ansioso) faz parte das nossas experiências de vida, segundo ela. “O que é importante é que a gente consiga se permitir vive-las. Hoje em dia existe um pouco de uma exigência que você mantenha um padrão. A pessoa não se preocupa em saber o que a outra está passando. Então que as pessoas tenham a oportunidade de vivenciar de acordo com determinada experiência”, comenta.

A unidade na UEM recebe vários casos de ansiedade e depressão, (esses os mais comuns), no entanto é uma diversidade muito grande de problemáticas que se tem acompanhado. Casos de violência contra mulher, alguns casos de racismo e de tentativas de suicídio, são também bastante atendidos.

A docente explica como são realizados os acompanhamentos aos alunos de 4º e 5º ano que atendem os pacientes. Todas as condutas, a forma como o caso está sendo acompanhado tem o aval das professoras. “Se a gente for pensar em uma tentativa de suicídio é muito comum que fora daquele ambiente terapêutico, a pessoa não tenha muito espaço para falar sobre isso. Normalmente pelo próprio vínculo que as pessoas tenham entre si, acaba não permitindo que a pessoa fale sobre o assunto. O espaço terapêutico acaba sendo um espaço muito seguro de poder falar sobre isso e explorar um pouco essa situação.”

Para a psicóloga, por em palavras o que está ruminando dentro dela ajuda bastante a pessoa a organizar um pouco o pensamento dela. “Ter a interlocução do psicólogo ajuda a pessoa a parar nos pontos necessários para ouvir determinadas coisas, ir puxando o raciocínio dessas palavras e tentando entender de onde vem isso, como podemos lidar com esse desespero de outras maneiras que não seja machucar a si mesmo”, salienta. Por ser um espaço sem julgamento, de fala livre com alguém que tenha uma escuta qualificada para essa finalidade, o paciente se senta mais confortável.

Atendimentos na UEM

O calendário acadêmico em 2025 vai começar em 31 de março, já que o período de aulas de 2024, se encerram em fevereiro. Com isso, os atendimentos na UPA devem iniciar somente no final de abril. Para entrar em contato o telefone WhatsApp é o (44) 3011-9070. A pessoa vai receber um link, preencher o formulário e aguardar o agendamento. Os atendimentos são para pacientes de qualquer idade e são bem rotativos, contribuindo para abertura de outras vagas durante o decorrer do ano.

Orientações

Tenha momentos de lazer e relaxamento;

Estabeleça metas tangíveis e mude-as quando for necessário;

Cuide do sono e da alimentação (evitar equipamentos eletrônicos uma hora antes de dormir);

Se concentre no presente;

Busque ajuda.

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