Em ‘Os Irmãos Cara-de-Pau’, que será exibido em Maringá hoje (5), Jake e Elwood Blues estão em ‘missão divina’

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Personagens icônicos do filme de John Landis (Crédito: Reprodução)

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O clássico das antigas videolocadoras “Os Irmãos Cara-de-Pau” (“The Blues Brothers”, no título original) será exibido neste sábado, 5 de agosto, no projeto Convite ao Cinema, em Maringá.

A sessão especial será ao ar livre, às 20h30, na parede do Teatro Calil Haddad (Avenida Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.500), dentro da programação do Mês da Música. Trata-se de um musical regado a estandartes do blues/soul/R&B, numa trama pra lá de cool.

Em linhas gerais, o enredo acompanha a saga de “Joliet” Jake e Elwood Blues para salvar o orfanato onde cresceram, em uma “missão divina”. Produzido em 1980, esse longa-metragem se tornou cult, chegando a compor o catálogo da Netflix (e disponível no streaming para aluguel). Sem contar musicais no teatro, imitações, discos, capa de revista, tatuagens…

Mas à época de seu lançamento, o filme dirigido por John Landis (de “Trocando as bolas” e “Um príncipe em Nova York”, entre tantos) foi malhado pela imprensa e derrapou nas bilheterias norte-americanas.

No Brasil, “Os Irmãos Cara-de-Pau” ficou pouco tempo em cartaz nos cinemas (estreou em abril de 1981, no Rio de Janeiro, e ficou somente até meados de maio). Já no home video, demorou nove anos para chegar às prateleiras das saudosas videolocadoras – naquela época, o delay nacional era maior. Segundo os jornais O Globo e O Estado de S.Paulo (em textos publicados nos anos de 1990 e consultados pela reportagem em arquivos digitais), somente em junho de 1990 a distribuidora CIC Vídeo lançou a versão em VHS do filme.

“Finalmente, em vídeo, a comédia ‘The Blues Brothers’, com John Belushi e Dan Aykroyd, muita música e confusão, no melhor filme do diretor John Landis”, anunciava o Estadão, em 23 de junho de 1990.

Para quem não se lembra, o mercado de locadoras de vídeo conheceu o seu auge no Brasil nas décadas de 80 e 90. Funcionava assim: o cliente fazia um cadastro para alugar as “fitas de vídeo” e assistir em casa, utilizando um videocassete. Depois, tinha de rebobinar a fita e devolver.

Crédito: Reprodução

História
O filme de Landis ganhou o espectador no home video com uma história protagonizada pelos irmãos Jake (John Belushi) e Elwood (Dan Aykroyd), os Blues Brothers. A serviço de uma “missão divina”, eles precisam arrecadar fundos (de maneira legal!) para salvar um orfanato, em Chicago (nos EUA). Para tanto, eles recrutam antigos companheiros de música para o retorno de sua banda de rhythm and blues.

Pronto. O terreno está preparado para sequências musicais com a nata do blues e do soul: Aretha Franklin, Ray Charles, John Lee Hooker, James Brown, Cab Calloway… além de sequências de humor cool, nonsense, perseguições policiais (com destruição maciça de veículos), tiroteios e a presença marcante dos irmãos, sempre de preto: ternos, gravatas, chapéus, calças, sapatos e óculos.

Cena de “Os Irmãos Cara-de-Pau” com os irmãos cool (Crédito: Reprodução)

Origem
Na TV norte-americana dos anos de 1970, John Belushi e Dan Aykroyd faziam sucesso no programa de humor Saturday Night Live (um celeiro de grandes comediantes), com imitações (caso da versão hilária de Johnny para Joe Cocker), quadros e musicais.

A dupla então teve a ideia de criar os Blues Brothers, encarnando os personagens em apresentações musicais. Misto de cantores e animadores de palco, Johnny e Danny estavam à frente de uma azeitada banda: Steve Cropper (que coescreveu com Otis Reding o hit “(Sittin’g On) The Dock of the Bay”, em 1967), Donald “Duck” Dunn (ex-integrante do Booker T. and The MGs, a lendária banda da gravadora Stax e que mais tarde acompanhou Eric Clapton), Murphy Dunne, Willie Hall, Tom Malone, Lou Marini, Matt Murphy (ex-integrante da banda de Muddy Waters) e Alan Rubin.

O projeto resultou em discos. No entanto, havia necessidade de produzir um filme estrelado pelos personagens. Assim, com John Landis na direção (e roteiro dele com Dan Aykroyd), surgiu “Os irmãos cara de pau”. Estourando o orçamento e prazos – a Universal teria gasto mais de 30 milhões de dólares, uma fortuna para um filme de comédia -, o longa-metragem foi lançado nos cinemas norte-americanos em 1980.

Com o tempo, tornou-se adorado por gerações de espectadores. Outra reportagem de O Globo informava que, na Europa, a saga dos Blues Brothers se tornou cult nos anos 90. “Quase todas as sextas-feiras, os cinemas de Baker Street, em Londres, exibem, em suas últimas sessões, ‘The Blues Brothers’”, conta o texto publicado em 15 de abril de 1990.

Em 1998, John Landis e Dan Aykroyd comandaram a continuação: “Blues Brothers 2000”. Sem John Belushi (morto em 1982, vítima de uma overdose de drogas), mas com novos personagens e participações de lendas como Aretha Franklin e B.B. King.

Infelizmente, o longa sofreu com orçamento apertado, roteiro repetitivo e cenas fracas. No entanto, vale pelos números musicais (com sua constelação de astros do blues: Eric Clapton, Dr. John, Koko Taylor etc.) e, claro, a mística em torno dos Blues Brothers.

Ray Charles (centro) atua, canta e toca no filme (Crédito: Reprodução)

Participações
Além do elenco musical já citado, o longa de Landis de 1980 contou com participações especiais: John Candy (ator de comédias oitentistas de grande sucesso), Carrie Fisher (a eterna Princesa Leia da saga “Star Wars”), Twiggy (ex-modelo), Steven Spielberg (diretor), Frank Oz (diretor), entre outros.

TV
Na telinha brasileira, “Os Irmãos Cara-de-Pau” foi exibido em 23 de abril de 1988, a partir de 21h30, na programação da TV Globo. Naquele dia, O Globo destacou esse filme na seção Rio Show do Segundo Caderno, com direito a foto e texto repleto de informações.

Sem contar as reprises ao longo desse tempo todo.

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