Dólar atinge recorde nominal e fecha a R$ 6,07 após dados econômicos dos EUA

Transferências cambiais

Em um dia marcado por tensões nos mercados globais e domésticos, o dólar registrou uma alta expressiva, alcançando um novo recorde nominal desde a implementação do Plano Real. A bolsa de valores também refletiu o clima de incertezas, recuando 1,5% e encerrando abaixo dos 126 mil pontos.

A cotação do dólar comercial fechou nesta sexta-feira (6) em R$ 6,071, um aumento de R$ 0,06 (+1%). Apesar de iniciar o dia em queda, chegando a ser negociado a R$ 5,99 por volta das 10h45, a moeda norte-americana reverteu o movimento após a divulgação de dados positivos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, que superaram as expectativas.

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Com isso, o dólar acumulou alta semanal de 1,02% e já registra um avanço de 25,1% no acumulado de 2024.

Impacto na Bolsa

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou a sessão aos 125.946 pontos, com queda de 1,5%. O índice iniciou o pregão com leve recuo, mas a divulgação do relatório de empregos nos EUA intensificou as perdas ao longo do dia.

Em novembro, a economia norte-americana gerou 227 mil postos de trabalho fora do setor agrícola, bem acima das expectativas. Esse desempenho representou uma recuperação significativa em relação a outubro, quando apenas 36 mil vagas foram criadas devido a fatores como furacões e greves.

Repercussões Internacionais

Os números robustos do mercado de trabalho dos EUA reforçaram a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) manterá os juros estáveis na próxima reunião, contrariando expectativas de cortes. Desde setembro, a instituição já reduziu a taxa básica de juros duas vezes, atualmente fixada na faixa de 4,5% a 4,75% ao ano.

Essa movimentação pressionou o dólar em escala global, com investidores ajustando suas apostas diante da sinalização de uma economia americana mais resiliente.

Cenário Nacional

Internamente, o mercado também foi influenciado pelo andamento das propostas de ajuste fiscal encaminhadas pelo governo ao Congresso. O temor de que alterações no pacote de cortes de gastos, especialmente nas mudanças propostas para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), reduzam o impacto fiscal das medidas pesou sobre o humor dos investidores.

O conjunto de fatores locais e internacionais contribuiu para um dia de forte volatilidade, evidenciando os desafios enfrentados pela economia brasileira no atual cenário global.

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