A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro aprovou, nesta terça-feira (11), requerimentos para a quebra de sigilo bancário, fiscal e de telecomunicações de pessoas e empresas investigadas. Entre os alvos estão Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e George Washington de Oliveira Sousa, condenado por tentativa de atentado próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.
Os requerimentos foram aprovados antes do depoimento do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que está detido desde maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação e suposta participação em conspirações para reverter o resultado eleitoral e intervir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mensagens encontradas em seu telefone celular reforçam a suspeita de um golpe de Estado.
Durante o depoimento, Cid preferiu permanecer em silêncio diante das perguntas dos parlamentares. A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), destacou a necessidade da quebra de sigilos para avançar nas investigações, especialmente no caso de depoentes que não colaboraram com os trabalhos da comissão. Apesar da falta de cooperação de Cid, a oitiva foi considerada produtiva, levando em conta a decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou os depoentes a se calarem diante de perguntas que possam incriminá-los em processos criminais.