O livro A História dos Irmãos Romagnole, que conta a trajetória os irmãos Vicente e Álvaro Romagnole desde que eram dois jovens eletricistas com uma caixa de ferramentas e uma bicicleta cargueira até se tornarem dois dos maiores industriais do Brasil, foi lançado em Maringá na tarde desta sexta-feira, 12, pelo jornalista e historiador Donizete Oliveira, um dos autores da obra.
A apresentação do livro aconteceu na Lanchonete Açukapê, no Centro de Maringá, onde estiveram presentes vários profissionais da Comunicação.
O livro foi escrito por Donizete Oliveira e o também jornalista André de Canini, que já foi assessor de Imprensa da empresa dos Irmãos Romagnole, em Mandaguari, e é resultado de dois anos e meio de pesquisas e entrevistas.
Escrevendo e conhecendo a história
Ao mesmo tempo em que conta a vida dos dois irmãos, Donizete e De Canini têm como pano de fundo a história do nascimento das cidades do norte/noroeste do Paraná, a expansão da energia elétrica e a fase pioneira da cidade de Mandaguari, onde parte da família Romagnole fincou suas raízes algumas décadas depois de chegar ao Brasil.

“Deu muito trabalho fazer esse levantamento, mas ao mesmo tempo foi gratificante para mim e para o André conhecer tantos aspectos da história do Brasil, do norte do Paraná e da imigração italiana para o Brasil no Século XIX”, conta Donizete Oliveira. Foi um grande aprendizado, segundo o jornalista.
A família Romagnole – Romagnolo, lá na Itália – se espalhou primeiro pelo Estado de São Paulo e na primeira metade do Século XX se espalhou pelo norte e noroeste do Paraná, fincando bases onde cresceram cidades como Campo Mourão, Jussara, Apucarana, Cornélio, Londrina, Procópio e, principalmente, Mandaguari.
Desde a década de 1930 os Romagnolo já estavam na região da terra roxa, a começar por Londrina. A região conhecida como “Boca do Sertão” tinha a comunidade de Lovat, onde já morava gente desde a época da chamada Companhia Inglesa, que vendeu as terras do norte e noroeste do Paraná para a Companhia Melhoramentos. Foi para lá que os Romagnolo se mudaram para ‘abrir terra’, termo que designava derrubar a mata virgem para formar plantações de café.
Lovat acabou mudando de nome durante a Segunda Guerra Mundial porque se referia ao nome de importante família européia que tinha suas raízes na Alemanha, país que desencadeou a guerra. O nome escolhido para o lugar foi Mandaguari, nome de uma abelha muito comum naquele local.
Assim, os irmãos Vicente e Álvaro viram nascer e crescer a cidade de Mandaguari, que eles ajudaram a construir desde muito jovens.
Cidade e empresa nascem e crescem juntas
Crescendo tendo que fazer de tudo para a sobrevivência. Se fosse hoje, seriam chamados e ‘maridos de alguel’. Esse início de vida profissional deles coincidiu com a chagada da energia elétrica à região e, como se deram bem nessa área, passaram a ser chamados de eletricistas.
A toda hora tinha ligação de energia em uma casa, uma empresa, um órgão público. Os irmãos se especializaram e o serviço era tanto que tiveram que virar empresa, logo tiveram também o primeiro barração e os primeiros empregados. Assim nasceu a empresa Irmãos Romagnole.
Com o tempo, além do serviço, Vicente e Álvaro começam a produzir também postes, depois braçadeiras, quadros de distribuição e, quando foram desafiados pela Copel, fabricaram também transformadores.
Hoje, mais de 60 anos depois, a Romagnole Produtos Elétricos é uma das maiores fabricantes de produtos elétricos do Brasil. Atuando neste mercado desde 1962, a empresa oferece uma vasta linha de transformadores de distribuição, industriais e de força, cabines de entrada, medição, transformação, seccionamento e proteção, ferragens eletrotécnicas, estruturas para usinas solares, Smart Grid, postes e demais artefatos de concreto utilizados em redes elétricas.
Hoje os produtos da Irmãos Romagnole são vendidos em mais de 50 países.
Mais de 50 países
Donizete Oliveira, que trabalhou no O Diário e em outros órgãos de imprensa da região, tem experiência em levantamentos históricos. Ele é formado também em História e como jornalistas sempre se dedicou a contar histórias de pessoas e lugares. Ele é um dos autores do livro “Américo Dias Ferraz – A saga do caboclo violeiro” junto com Dirceu Herrero.
André de Canini, co-autor de “A História dos Irmãos Romagnole” é conhecedor da história de Mandaguari e pessoa próxima à família dos biografados.
Com 576 páginas de texto e fotos de momentos históricos, o livro sai pela Perfil Editora e impresso com a qualidade Midiograf.
Lançado em maio, o livro já chegou a todos colaboradores e fornecedores da empresa em várias cidades brasileiras e agora está sendo enviado para os mais de 50 países onde a empresa dos irmãos Vicente e Álvaro tem negócios.
Entre as pessoas presentes ao lançamento, na Açukapê, estavam (pela ordem de idade) os jornalistas e escritores Edilson Pereira, Dirceu Herrero e Antonio Carlos Moretti e mais Rogério Ricco, Devanir Almenara, Vanderlei Pelegrini e Luiz de Carvalho.
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