Há 46 anos a UEM era reconhecida pelo Ministério da Educação

O reconhecimento a colocou em outro patamar, dando as condições para que ela alcançasse a relevância que tem hoje em níveis nacional e internacional

UEM era reconhecida pelo Ministério da Educação

Foto: UEM

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Era de 11 de maio de 1976 quando a Universidade Estadual de Maringá foi oficialmente reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), quase sete anos após ter sido autorizada a criação por lei estadual, em 6 de novembro de 1969. O reconhecimento, por meio de um decreto (nº 77.583), colocou a instituição em outro patamar na medida em que passou a conferir a ela totais condições de oferecer cursos de graduação, além permitir que também fosse capaz de funcionar plenamente como uma instituição de ensino superior.

Antes deste reconhecimento, a UEM estava apenas criada, mas não tinha a autorização para, entre outras competências, oferecer novos cursos e nem ampliar o número de vagas. Em si mesmo, o decreto do MEC foi um fator decisivo para a vida da universidade por assegurar que a instituição satisfazia as exigências dos órgãos federais para existir e funcionar, conforme lembrou o professor Reginaldo Benedito Dias, do Departamento de História, em depoimento sobre a importância desta data.

Para ele, o reconhecimento abriria um processo de transformação organizacional adaptado aos preceitos da reforma nuniversitária de 1968, lembrando que a UEM, antes da fundação, era constituída pelas faculdades de Economia, Direito e a de Filosofia, Ciências e Letras, vindo a se somar, na sequência, o Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas ICET).

A partir de maio de 1976, na prática foram extintas as antigas unidades e criados os primeiros centros de ensino e departamentos, modelando a estrutura administrativa como a conhecemos hoje. Naquele ano foram criados o Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH), de Tecnologia (CTC), de Ciências Biológicas e da Saúde (CBS), de Ciências Exatas (CCE) e o Centro de Estudos Socioeconômicos (CESE).

Atualmente são sete centros, sendo que o CBS deu lugar aos Centros de Ciências da Saúde (CCS), de Ciências Biológicas (CCB) e de Ciências Agrárias (CCA). O CESE teve a nomenclatura e a sigla alteradas, passando a ser denominado de Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CSA).

Foto: Acervo UEM
Foto: Acervo UEM

Abriu as portas

Outra data importante na história da UEM é 28 de janeiro de 1970, quando a universidade de fato foi criada pelo Decreto Estadual 18.109. Os momentos que antecedem ao decreto de 1969 passam pela composição, em 1968, por decisão do poder público municipal de Maringá, da Comissão de Planejamento da Universidade de Maringá. Ela elaborou um anteprojeto de lei para ser encaminhado ao governador. No início de 1969, o prefeito Adriano José Valente instituiu o Grupo de Trabalho para a Instalação da UEM, sob a presidência do professor Flávio Pasquinelli.

Outro professor da instituição, Argemiro Aluísio Karling, coordenou o Grupo de Trabalho para o Reconhecimento da UEM. Em depoimento para os trabalhos relativos aos 50 anos da universidade, ele

disse que este reconhecimento foi a base para a expansão,  uma espécie de passaporte que abriu as portas para a formação de convênios, financiamentos e criação de cursos, independente de autorização do MEC, e validação dos diplomas da UEM.

Diversas pessoas ajudaram a UEM a trilhar o caminho de uma instituição de ensino superior respeitada no Brasil e fora dele, alcançando, por exemplo, posições de destaque em diversos rankings internacionais, o último deles em abril deste ano quando ela foi classificada como a 5ª universidade brasileira que mais contribui para a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). O Impact Rankings 2022, da revista inglesa Times Higher Education, avaliou mas de 1.400 universidades no mundo em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Patrimônio científico, cultural e histórico de Maringá, levando o desenvolvimento para os municípios da região onde está inserida, a instituição, embora relativamente jovem, é, por exemplo, a 22ª da América Latina, 13ª do Brasil e a 2ª do Paraná no levantamento do Scimago Institutions Ranking (SIR), da Espanha, para avaliar o desempenho da pesquisa, resultados de inovação e impacto social medido pela visibilidade na web.

Desde o início, a UEM optou por ser uma instituição multicampi, atuando no desenvolvimento das diversas regiões e adotando também a política de verticalização do ensino, por meio do investimento na capacitação dos professores.

Novos cursos

De 1970 a 1976, quando ocorreu o reconhecimento, a história da UEM foi marcada pela ocupação gradativa do câmpus definitivo e pela implantação de 15 cursos de graduação. A partir do reconhecimento, em 1976, ela passou a adotar o modelo de departamentos coordenados por centros. A coordenação didático-pedagógica dos cursos passou a ser realizada pelos colegiados de curso, e os departamentos assumiram, então, características mais administrativas.

De 1978 em diante, foram identificadas algumas tendências que, sistematizadas por temas, enfocavam as atividades-fim da Universidade: ensino, pesquisa, extensão, cultura e as atividades administrativas. Novos cursos foram criados: Psicologia, em 1979; Enfermagem e Obstetrícia, em 1981; bacharelado em Química, em 1984; bacharelado em Geografia, em 1987; e bacharelados em Física e Ciências Biológicas, em 1988.

A UEM começou a ganhar ares de abrangência regional em 1986, com a criação e a implantação da Extensão na cidade de Cianorte, hoje Câmpus Regional. A criação dos cursos de Medicina e Odontologia, em 1988, resultou na implantação do complexo de saúde formado pelo hospital, clínica odontológica e a unidade de psicologia aplicada, além do hemocentro.

Na pós-graduação, a universidade começou, nos anos de 1980, a aumentar o número de cursos de especialização lato sensu. Atualmente são oferecidos mais de 60 cursos. Além disso, foram criados em 1986, em nível de pós-graduação stricto-sensu, os dois primeiros mestrados, um em Ciências Biológicas e o outro em Química Aplicada. Atualmente, são ofertados 85 cursos stricto-sensu em 56 programas de pós-graduação: 44 de mestrado acadêmico, 12 de mestrado profissional e 29 cursos de doutorado acadêmico. A Universidade ainda conta com mais de 60 cursos de graduação na modalidade presencial e nove a distância.

 

Reflexão

Julio Damasceno – Reitor / Foto: UEM
Ricardo Dias Silva – Vice Reitor / Foto: UEM

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para o reitor Julio Cesar Damasceno, a data do reconhecimento exige uma reflexão sobre o papel da UEM, uma instituição pública que é um patrimônio do povo paranaense. Uma reflexão a respeito da importância da universidade para a cidade de Maringá, região e para o Estado, analisando a relevância e a expressão da UEM nestes territórios. Damasceno analisa que a instituição alçou voos, ultrapassando seus limites territoriais, conquistando o respeito não apenas no Paraná mas no Brasil e no mundo. Prova disso é que ela se consolida, ano após ano, como uma como uma das principais universidades brasileiras e reconhecida mundialmente em todas as áreas do conhecimento.

O reitor assinalou que na criação a UEM se preocupou primeiro em dar chances de estudo aos que desejavam cursar um ensino superior e que teriam que se deslocar até às grandes capitais. Então, ao surgir, no interior do Paraná, ela inicia seu papel, de extrema relevância, de dar dar condições à população regional de se capacitar profissionalmente. E assim ela foi ajudando a formar quadros de altíssima qualidade para Maringá e região e uma demonstração desta realidade é que diversas pessoas formadas pela instituição exercem papel de lideranças na comunidade.

Ainda de acordo com Damasceno, muitas empresas colocam em evidencia o fato de terem em seus quadros egressos da UEM. Num segundo momento, a universidade passa a produzir conhecimento, lembrando que a instituição desenvolve as suas ações respeitando a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, além da prestação de serviços. No decorrer de sua história, segundo o reitor, a UEM foi expandindo a oferta de cursos e atraindo pessoas de diversas regiões do País, que acabaram fixando residência em Maringá.

Sobre o futuro da instituição, ele considera que ela tem todo um caminho trilhado e a ser seguido, avançando na prestação de serviços, se colocando na vanguarda dos acontecimentos, levando em conta o cenário de um mundo cada vez mais dinâmico e incerto, como nas questões ambientais. Tudo isso impõe desafios que a UEM, conforme ele, tem respondido e responderá sempre. O mesmo ocorre no campo social, em que a universidade vem sempre buscando dar condições dignas para as pessoas, tentando cumprir com o ideal da equidade, respeitando o equilíbrio do meio ambiente e a saúde do planeta. O reitor enfatiza que o caminho é o conhecimento, aproveitando para recordar que na pandemia da Covid 19 sem a participação da comunidade científica, pronta e preparada, a situação teria sido muito mais difícil.

Fonte: ASC-UEM

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