Homero Marchese diz que Maringá precisa recuperar a capacidade de investimento

Homero Marchese, pré-candidato à prefeitura de Maringá

Depois de ter sido vereador e deputado estadual, Homero Marchese considera estar preparado para ser prefeito de Maringá Foto: Arquivo

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O pré-candidato do Novo é, entre os pretendentes à prefeitura, o que melhor domina as redes sociais e faz uma campanha silenciosa enquanto os outros ainda nem sabem se vão concorrer

 

Luiz de Carvalho

 

Vários políticos maringaenses se apresentam como pretensos candidatos à prefeitura nas eleições deste ano e o Partido Novo quer que o ex-vereador e ex-deputado Homero Marchese seja seu representante no pleito por considerar que ele é o nome com mais condições de unir as direitas.

Aos 40 anos e sem mandato desde 2022, Homero Figueiredo Lima e Marchese é advogado formado pela Universidade Federal doParaná (UFPR), tem mestrado, é professor de Direito Processual Civil e Direito Administrativo e especializado na fiscalização de órgãos públicos. E foi como fiscalizador que ele marcou sua passagem pela Câmara de Maringá, para a qual foi o vereador mais bem votado da história da cidade, e pela Assembleia Legislativa do Paraná.

 

Uma cidade grande ou uma cidade boa?

Como cidadão que vive no dia a dia as vantagens e os percalços da cidade, Marchese tem praticamente pronto um programa de trabalho para ser apresentado ao eleitorado, embora continue conversando com lideranças e moradores de todas as áreas para detectar o que precisa ser feito por um administrador para melhorar a cidade e a qualidade de vida das pessoas.

Segundo ele, Maringá chegou à situação em que o povo deve pensar se quer uma cidade grande ou uma cidade boa para se viver, o que não são a mesma coisa. “A cidade está diante do paradóxo do crescimento. Crescer é bom, aumenta o número de habitantes, movimenta a economia, mas ao mesmo tempo traz suas consequências. Eu acho que o nosso desafio é deixar Maringá pujante economicamente, mas sem perder a qualidade de vida, uma cidade média em que as pessoas sintam-se bem, sintam-se felizes de morar aqui, sem ter aqueles percalços de cidades grandes, como os do trânsito, violência, coisas assim”, diz.

Homero diz que, além de suas observações, tem conversado com pessoas de todas as áreas e chegou à conclusão de que “o maringaense quer uma cidade boa e sem grandes problemas, quer uma cidade em ordem, limpa, com asfalto bem cuidado, enfim, uma cidade com zeladoria urbana. O maringaense quer uma cidade segura, em que possa caminhar tranquilamente pelas ruas, que seus filhos possam ir e vir, uma cidade em que a economia dê condições para as pessoas encontrarem bons trabalhos, que ofereça saúde pública de qualidade, educação com nível condizente com a cidade”.

 

Não existe Maringá sem a região

Quando se refere ao que precisa ser feito na cidade, Marchese diz estar pensando no macro, não numa situação localizada. “Não é mais aceitável que um prefeito administre Maringá sem pensar na região. Sarandi, Paiçandu, Marialva, Mandaguaçu e mesmo cidades mais distantes são como se fossem uma cidade só, as pessoas vêm trabalhar em Maringá, os jovens vêm estudar, vêm participar dos eventos, mas a realidade é que essas cidades vivem situações muito diferentes das de Maringá”.

Segundo ele, é necessário que os prefeitos entendam que chegou a hora do trabalho conjunto, que se juntem para resolver os problemas que são comuns a mais de uma cidade.

“Um grande desafio é a ligação de Maringá com as cidades próximas. São muitos os moradores de Sarandi, de Paiçandu, Mandaguaçu, Marialva e outras cidades vêm a Maringá diariamente para trabalhar, estudar ou por outros motivos e é importante que esse intercâmbio aconteça, é saudável tanto para as cidades quanto para as pessoas. Mas as pessoas não encontram tanta facilidade assim para ir e vir entre as cidades. Em determinados horários, principalmente nas horas de entrada e saída do trabalho, as pessoas perdem muito tempo para chegar em Maringá e para sair, chegam a perder até uma hora. Isso atrapalha o intercâmbio. Precisamos resolver esse problema de acesso à cidade”.

O pré-candidato do Novo falou de diversas áreas em que os prefeitos devem buscar soluções em grupo e não cada um por si. “É o caso, por exemplo, da segurança pública. Os problemas nessa área crescem em Sarandi, em Paiçandu, em Marialva, em Maringá, então é preciso uma solução conjunta, porque nenhuma cidade vai resolver isso sozinha”.

Homero falou da necessidade de implantação de mais um batalhão da Polícia Militar, que é uma promessa do governador do Paraná, mas que os prefeitos devem cobrar para evitar que tudo fique no campo das promessas.

 

Muita festa e pouco trabalho

Desde os tempos de vereador, Homero Marchese foi um crítico da forma como o prefeito Ulisses Maia (PSD) administra a cidade. “Acho que a atual administração é marcada por uma palavra: festa. É muita festa e pouco trabalho”, diz.

“Gosto de usar sempre a metáfora da formiga e da cigarra: acho que tivemos em Maringá uma cigarra muito tempo cantando e isto vai gerar uma conta alta. A cidade precisa de serviços básicos, ruas estão esburacadas, a saúde especializada deixa as pessoas esperando muito tempo… precisamos focar uma administração que seja coerente com o porte de Maringá”.

Dentro das críticas que faz à administração Maia, Marchese cita a queda do município na sua capacidade de endividamento para a realização de obras duradouras. Segundo ele, é preciso pensar na capacidade de investimento da cidade.

“Maringá, nos últimos anos, perdeu completamente a capacidade de investimento, que é a capacidade de fazer obra. Isto não sou eu quem digo: a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro tem um índice, o Índice Firjan, para medir a capacidade de investimento dos municípios. Ele mostra que Maringá, que antes estava nas primeiras posições, hoje está nas últimas posições no Estado. Sinal grave de que as coisas desandaram”.

Assim como nos tempos de vereador, como deputado Homero Marchese atuou como fiscal dos recursos públicos Foto: Alep

O programa de trabalho que o pré-candidato do Novo está elaborando dedica especial atenção à questão do transporte público. “Houve, por parte da atual gestão, o início de um enfrentamento à empresa que faz a gestão do sistema de transporte de Maringá, mas no final das contas acabou fechando um acordo com a empresa para pagar cerca de R$ 60 milhões por ano de subsídio. Esse tipo de populismo, que acaba sendo prejudicial para a cidade, nós não vamos fazer. As pessoas podem ter certeza de que nós vamos tratar com seriedade as coisas, da maneira como elas devem ser”.

Segundo Homero Marchese, o que a população de Maringá precisa é de um contrato que seja bom e que garanta às pessoas o que elas mais precisam no transporte público: uma tarifa justa, ônibus em quantidade suficiente para se evitar as longas esperas e um serviço de qualidade para que a viagem não seja um transtorno. “Este é um assunto que deve ser tratado de forma muito técnica para garantir que haja um contrato bom para a cidade e que ele seja cumprido”.

 

 

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