Verdelírio Barbosa, diretor do Jornal do Povo, morre aos 80 anos

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Verdelírio Barbosa fez carreira no jornalismo impresso, no rádio, na TV e como advogado Foto: CMM

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Morreu na noite desta quarta-feira, 13, o jornalista Verdelírio Barbosa, de 80 anos, que há um mês estava internado no Hospital Paraná para tratamento de uma pneumonia. Verdelírio era proprietário do Jornal do Povo e o mais antigo profissional da imprensa de Maringá em atividade.

O velório acontece na Capela do Prever da Zona 2 e o sepultamente acontece às 17 horas no Cemitério Municipal.

Natural de Potirendaba, pequena cidade da região de São José do Rio Preto, SP, Verdelírio tinha cinco anos quando os pais, José Firmino Barbosa e Maria Cassiana da Fonseca Barbosa, trouxeram a pequena família para morar no norte do Paraná, que ganhava fama pela produção cafeeira. Primeiro passaram alguns anos na comunidade rural de Guadiana, em Mandaguaçu, e em 1951 a família se transferiu para Maringá.

Tanto como dono de jornal quanto como o titular da coluna sobre política mais longeva da história da imprensa de Maringá, Verdelírio conquistou grande expressão no Jornalismo, tendo participado da formação de profissionais de várias gerações, inclusive seus filhos Dayani, Danyani e Deny, também jornalistas e editores do Jornal do Povo.

Em 60 anos de jornalismo, Verdelírio Barbosa teve sua carreira associada ao O Jornal, embora seu primeiro texto tenha sido publicado no “O Diário”, jornal que, apesar do nome, circulava de-vez-em-quando – e tenha escrito também para a Folha do Norte do Paraná e O Diário do Norte do Paraná, jornais que ele viu nascer e morrer.

Desde o início da carreira militou no rádio, apresentando tanto programas musicais quanto de notícias, foi comentarista em TV, mas sua vida foi mesmo o jornal impresso. Quando publicou seus primeiros textos, jornal era tipográfico, daqueles em que o tipógrafo junta letra por letra em pecinhas de chumbo para formar as palavras. Depois vieram as linotipos, máquinas gigantescas, barulhentas e esquesitas que fundiam em bloco de chumbo cada linha de caracteres tipográficos, composta de um teclado, como o da máquina de escrever. E viu também a chegada da offset e, por último, o jornal se misturar com a internet.

“Uma vez, uma pessoa de Maringá recebeu uma homenagem em Brasília e, para isso sair no jornal, eu tive que viajar a Brasília, trazer as fotos, revelar, mandar fazer clichê e só depois imprimir no jornal. Isso demorou dias”, contava ele para falar do quanto o jornal mudou desde que ele começou na profissão. “Hoje, um fato está acontecendo lá do outro lado do mundo e em minutos temos aqui o texto a foto e até vídeo”.

Segundo dizia, o jornal mudou muito e a maneira de fazer jornal também evoluiu muito desde que escreveu seus primeiros textos para o Diário, que não era diário. “O que não muda é o compromisso do jornalista com a notícia e com quem vai receber a notícia”.

Verde não negava que tinha dificuldades para se adaptar às novas tecnologias de fazer jornal. Tanto que resistiu muito antes, por exemplo, de dotar seu jornal de um site, o que só aconteceu quando Maringá já tinha alguns milhares de sites e blogs, muitos deles abordando os mesmos assuntos que o Jornal do Povo, só que com um dia na frente da circulação do jornal.

Mas, como veio do jornal impresso, quase artesanal, foi assim que conseguiu manter o Jornal do Povo circulando diariamente enquanto vários outros jornais cheios de modernidades despareceram.

 

Notas de Pesar

O prefeito Ulisses Maia (PSD), que está em viagem a Dubai, e o prefeito em exercício, Edson Scabora (MDB), emitiram uma Nota de Pesar pela morte do jornalista.

Também a diretoria da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep) divulgou Nota de Pesar na manhã desta quinta-feira.

Também neste ano a Imprensa de Maringá teve outras perdas, como é o caso do jornalista Luiz Fernando Cardoso em abril e Murilo Gatti, fundador do portal Maringá Post, em março. Os dois fizeram parte da equipe do O Maringá, Cardoso como primeiro editor-chefe e Gatti como colunista.

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