Criado por dois alcoólatras que procuravam ajuda para seu beber descontrolado, o AA hoje é a mais bem sucedida iniciativa para quem quer parar de beber
No próximo dia 10, Alcoólicos Anônimos completa 90 anos, período em chegou a 180 países e ajuda milhões de pessoas que sofrem com o alcoolismo a levar uma vida ‘normal’, o que impacta também milhões de famílias com sofriam com o alcoolismo de pais, filhos, maridos, esposas. Nos milhares de grupos espalhados por praticamente todas as cidades, pessoas conseguem viver sem beber, apoiadas por pessoas iguais a elas, que também estão ali para controlar a compulsão por beber.
O 10 de junho marca o dia em que o corretor de seguros Bill W., que vivia perdendo empregos e sendo internado em clínicas de recuperação, e o médico Dr. Bob, que vivia situação semelhante, se encontraram na cidade de Akron, Ohio (EUA), e passaram horas conversando sobre a vida de cada um, os problemas que tiveram por causa da maneira desenfreada de beber e suas esperanças. No final, perceberam que não sentiram falta da bebida e ainda se sentiram bem.
Bill e Bob perceberam a importância da ajuda mútua e da recuperação através da partilha de experiências e decidiram compartilhar isso com outros que também sofriam com o alcoolismo, alguns internados em clínicas de recuperação. A partir daí, surgiu o grupo de ajuda mútua que se tornaria a Irmandade global que conhecemos hoje.
AA se espalha e chega ao Brasil
O trabalho de Bill e Dr. Bob para levar a experiência a outras pessoas foi aos poucos ganhando força e chamou a atenção de profissionais da Medicina, líderes religiosos e autoridades. O número de grupos em que as pessoas que reuniam para falar de alcoolismo se multiplicaram, foram instalados em diferentes cidades. Nas décadas seguintes, o Alcoólicos Anônimos (AA), como passaram a ser chamados os grupos, foram criados também em outros países.
No Brasil, a história dos Alcoólicos Anônimos (AA) começou em 1947, no Rio de Janeiro, quando um publicitário americano Herb D., que já era membro do AA nos EUA, chegou ao Brasil e começou a divulgar a Irmandade. Com a ajuda da sua esposa, Elizabeth, que falava português, e de outros membros estrangeiros, um grupo foi criado, inicialmente chamado “A.A. Rio de Janeiro Nucleous” ou “Os Desidratados de Herb”.
No Paraná, são mais de 150 grupos
Com o tempo, os grupos se espalharam por diferentes regiões, incluindo o Paraná, onde a irmandade se estabeleceu e continua a oferecer apoio e recuperação a pessoas com dependência de álcool.
No Paraná aconteceram tentativas isoladas de implantar as idéias de Bill e Bob, mas a história registra que o primeiro grupo verdadeiramente organizado nasceu 1968 em Curitiba. A primeira reunião aconteceu com 13 pessoas, incluindo seis alcoólatras. A iniciativa foi do psiquiatra Djalma Aranha Braga. Hoje, existem mais de 150 grupos ativos em todo o Estado.
Sobre a chegada do AA em Maringá praticamente não há registro, mas sabe-se que há cerca de meio século aconteceram as primeiras reuniões e já existiram grupos em praticamente todas as áreas da cidade.
Alcoolismo não escolhe cor e nível social
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em todo o mundo, o álcool é responsável por 5,3% de todas as mortes e 5,1% de todas as doenças e lesões, na faixa dos 20 a 39 anos o índice de relação com a morte é ainda maior 13,5%.
Dessa maneira, muitos acabam por condenar suas vidas a uma servidão ao álcool. O caminho mais fácil para se ver livre de todo esse peso é aceitar a ajuda de outras pessoas. Para isso o Alcoólicos Anônimos está sempre de portas abertas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo uma doença, que é incurável e pode levar à morte. Para a OMS, o uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a conseqüências irreversíveis.
O alcoolismo é uma doença aleatória, como a diabetes, hipertensão e outras que não escolhem se o indivíduo é homem ou mulher, rico ou pobre, preto ou branco, inculto ou doutor.
“Somos todos iguais”, diz M.L., uma mulher com curso superior, de família rica, que teve que buscar ajuda de outros alcoólicos para vencer seu problema e há 35 anos não bebe mais. “Sou uma pessoa alcoólica, não estou curada, mas não bebo e isto aprendi aqui no A.A.”, diz ela, lembrando que a programação visa apenas as 24 horas seguintes. “Não nos propomos a não beber nunca mais, mas fazemos o que for preciso para não beber nas próximas 24 horas. Amanhã começam outras 24 horas e assim estamos há anos sem beber”.
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Quem tiver problema com alcoolismo e achar que está na hora de parar e quiser ajuda, pode procurar o grupo. Não há taxas, nem registro, não se faz chamada e se a pessoa preferir nem precisa revelar seu nome. De qualquer forma, todos os presentes mantêm o compromisso de não revelar quem viu na reunião e nem o que cada um falou.
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Onde achar AA em Maringá
A.A. Grupo Central
Rua São João, 1283 · Zona 7
Reuniões todas as noites às 20 horas
A.A. Grupo Cidade Verde
Rua das Azaléias, 1683 – Borba Gato
Reuniões Quartas-feiras, às 20 horas
Encontre um grupo próximo a você: www.aa.org.br
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