A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu neste sábado, 23, o avanço da varíola dos macacos, a monkeypox, como uma emergência global de saúde. Foi verificado, antes de declarar a varíola dos macacos como emergência, o cenário “extraordinário” da doença, que já chegou a mais de 70 países. Com a emergência, a OMS espera que aconteçam alertas contra a propagação do vírus, bem como maiores investimentos em pesquisas que investiguem as causas da doença e tratamentos eficazes.
A declaração de emergência foi feita pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, mesmo diante da falta de consenso entre os membros do comitê de emergência da organização. Esta foi a primeira vez que o chefe da agência de saúde da ONU tomou tal ação.
“Em suma, temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo por meio de novos modos de transmissão sobre os quais entendemos muito pouco e que atendem aos critérios das regulamentações internacionais de saúde”, disse Tedros. “Sei que este não foi um processo fácil ou direto, e que há opiniões divergentes entre os membros do comitê”, acrescentou o diretor-geral.
Declarar estado de emergência global significa dizer que o surto de varíola dos macacos é um “evento extraordinário”, que pode se espalhar para mais países e que requer uma resposta global coordenada. A OMS já havia declarado emergência global para outras crises de saúde pública, como a pandemia de covid-19, o surto de ebola na África Ocidental em 2014, o vírus zika na América Latina em 2016, além do esforço contínuo para erradicar a pólio.
A declaração de emergência serve, principalmente, como um apelo para atrair mais recursos globais e atenção para um surto. Anúncios anteriores tiveram impacto misto, uma vez que a agência de saúde da ONU é, em grande parte, impotente para fazer os países agirem.
Embora a varíola dos macacos tenha se estabelecido em partes da África central e ocidental por décadas, a doença não era conhecida por desencadear grandes surtos fora do continente africano, ou se espalhar amplamente entre as pessoas até maio, quando as autoridades detectaram dezenas de epidemias na Europa, América do Norte e em outros lugares.