A organização da Bienal de Quadrinhos de Curitiba divulgou nesta semana a programação completa da 7ª edição, cujo tema é “Resistências, Existências: Quadrinhos e Corpos Plurais”. O evento ocorrerá de 7 a 10 de setembro, no Museu Municipal de Arte (MuMA) – Portão Cultural, em Curitiba (PR), das 11h às 20h, com entrada gratuita.
Depois de um hiato em função da pandemia de Covid-19, a Bienal volta ao formato presencial, com a participação de mais de 60 artistas convidados, de todas as regiões do país; e também internacionais. Aliás, o público ávido pela Nona Arte deve comparecer em peso, saindo de todos os cantos do Paraná.
Além de palestras, oficinas, exposições, visitas guiadas, rodada de negócios, sessões de autógrafos, o duelo HQ, a tradicional feira de HQs.
Não à toa, Curitiba é conhecida como uma cidade que respira quadrinhos, mantendo há décadas a Gibiteca, um espaço de preservação de HQs e polo cultural, com oferta de cursos na área visual e abrigando eventos. Sem contar também a produção curitibana de HQs autorais.
Como nas edições passadas, a Bienal homenageia um nome importante da produção gráfica brasileira. Em 2023, trata-se da letrista Lilian Mitsunaga, que há mais de 40 anos dá forma a letras. Em resumo, essa profissional é responsável pelo letreiramento das edições nacionais, indo de trabalhos na Marvel/DC (na antiga Abril) até artistas como Robert Crumb.
Mitsunaga marcará presença no dia 9, às 18h, em conversa sobre seu trabalho – mediação de Liber Paz.
Uma das marcas do evento paranaense é a pluralidade, privilegiando espectros variados e identidades únicas. Por isso, é imperdível a conversa “A História em Quadrinhos: Mukanda Tiodora por Marcelo D’Salete”, com o quadrinista, ilustrador e professor D’Salete, que é autor de “Noite Luz”, “Encruzilhada”, “Cumbe”, “Angola Janga” e “Mukanda Tiodora”. Suas narrativas abordam a realidade brasileira no presente e no passado, com atenção à presença negra e periférica. As obras já ganharam o prêmio Jabuti, Grampo, HQMIX, Eisner e o Rudolph Dirks Awards.
O encontro com D’Salete será no dia 9, às 19h30, sob medição de Carol Dartora e Ramon Vitral.
Ele também vai participar da conversa, às 17h30, “Narrativas brasileiras no exterior: Angola Janga, Carolina e Morro da Favela”. Presenças de João Pinheiro e Sirlene Barbosa, sob mediação de Pedro Brandt.

Outro bate-papo interessante será no dia 7, às 17h30, com a convidada internacional Chantal Montellier – mediação de Aline Zouvi e Emanuela Siqueira. Chantal é uma das principais artistas da Nona Arte francesa. Em setembro, a editora Veneta lança no Brasil “Bruxas, minhas irmãs”, que é um dos trabalhos mais belos e ousados dessa autora europeia.
Nesse mesmo dia 7, o quadrinista brasileiro Kiko Garcia (da série “Catacumba”) e o editor independente Daniel Saks (à frente das históricas revistas “Mestres do Terror” e “Calafrio”) debatem “História dos Quadrinhos de Horror”, às 11h30.
Voltando ao assunto gringo, no dia 9, às 13h30, a conversa “Desvendando os quadrinhos suecos” terá a presença de Fredrik Strömberg e Joanna Rubin Dranger – medição de Luísa Monteiro. Strömberg é presidente da Associação Sueca de Quadrinhos; por sua vez, Dranger é ilustradora e cartunista sueca.

Lançamentos
Além de bate-papo e exposições, a Bienal também abre espaço para lançamentos de quadrinhos. Um deles é “O filho do Norte”, do quadrinista e historiador André Toral, dia 8, às 15h30. Confira a sinopse: filho ilegítimo e mestiço, Antônio Gonçalves Dias conseguiu superar os obstáculos de uma sociedade rural e escravista para se tornar o maior poeta do Brasil. Muitos conhecem sua obra, poucos conhecem seu autor.
Outro lançamento é “Uma moeda ou um beijo: A história de Gilda”, dos autores André Caliman (arte) e Leonardo Melo (roteiro); participação de Guilherme Jaccon. Dia 7, às 13h30. É uma HQ curitibana que mistura fato e ficção para contar a história de uma figura famosa da Capital nos anos de 1970/80: Gilda era um morador de rua que se vestia de mulher para pedir seus trocados. Ficou famosa por usar seu jargão “me dá uma moeda senão eu te dou um beijo”, o que amedrontava os transeuntes mais desavisados.

Exposições no MuMa
Na Sala 1: “Lilian Mitsunaga – 4 décadas nos quadrinhos”, “Das redes sociais ao livro”, “Destinos” e “Intersecções”.
Na Sala Célia Neves Lazzarotto: “Resistências”.
Na Galeria Cinema: “Brasil em Quadrinhos”.
Na Sala Domício Pedroso: “Charges e cartuns – crítica na ponta do lápis”, “Maria Erótica – outros erotismos” e “Ultraviolência”.
Mais
O evento ainda conta com sessão de autógrafos nos quatro dias de atividades, com uma infinidade de artistas, oficinas, entrevistas, festas, Duelo HQ e exibição do curta-metragem paranaense e premiado “Apneia”.
Parcerias
Entre as parcerias, destaque para a cobertura que será feita pelo canal Fora do Plástico, com vídeos diários sobre o evento. Tudo na palma da mão, pois as transmissões serão feitas via Instagram (@foradoplastico).
E também a Mina de HQ, que destaca a produção feita por mulheres, pessoas trans e não binárias. Nest edição da Bienal, Gabriela Borges, Dani Marino e Gabriela Güllich participam de debates, entrevistas e clubes de leitura.
Serviço
Aqui, foi apenas um panorama geral da Bienal de Quadrinhos de Curitiba 2023. A programação completa e detalhada está AQUI.
Para mais informações, acesse o site do evento e suas redes sociais (@bienaldequadrinhos/)