A ocupação da Reitoria da Universidade Estadual de Maringá (UEM), iniciada terça-feira, 29, por estudantes que exigiam soluções para problemas básicos na instituição, como roçada e capina do mato que em alguns pontos chega à altura de uma pessoa, fim das quedas na energia elétrica e fim das longas filas no Restaurante Universitário, foi encerrada na noite desta quarta-feira com o reitor Leandro Vanalli assinando um documento em que a administração se compromete a atender às cobranças, com datas definidas para cada caso.
O fim da mobilização foi marcado por uma “salva de palma para o cinismo da atual gestão da UEM” e discursos em que estudantes deixavam claro que não acreditavam no compromisso assinado pelo reitor pelo simples fato de todas as exigências já terem sido apresentadas antes, as soluções foram prometidas e, no entanto, as soluções não aconteceram. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) avisou que o não atendimento das solicitações implicará em nova mobilização, só que maior e mais forte.
O coordenador-geral do DCE, Pedro Marques, disse que a mobilização dos estudantes aconteceu de forma pacífica e respeitosa, não ocorreu qualquer dano ao patrimônio e todas as atividades da universidade transcorreram normalmente.

“Nossas reivindicações não precisariam estar sendo feitas agora se a atual gestão fosse mais atenciosa com a UEM”, disse Marques, frisando que são questões básicas, que na verdade deveriam ser levantadas pela direção da instituição. Salas sujas, chovendo dentro, problemas na iluminação e em tomadas, banheiros que não podem ser usados por não terem portas, focos de dengue em diversos pontos do campus, mato alto e as constantes quedas na energia elétrica e outros problemas que já foram apresentados antes e não receberam atenção por parte da Reitoria. “Estudantes perderam pesquisas de anos porque a instituição falhou na manutenção da subestação de energia”.
“Soluções” que não solucionam
Os participantes da ocupação fizeram críticas às falhas da UEM na comunicação com os estudantes. Segundo os manifestantes, há dois anos a UEM abandonou o principal canal de comunicação com os estudantes e passou a usar a rede social Instagram, que não é oficial e nem mantém arquivadas as comunicações.
Durante a crise energética ocorrida em abril, com uma pane na subestação do campus sede, que deixou milhares de alunos sem aulas por quase uma semana e provocou perda de pesquisas de anos, estudantes que moram em cidades da região e vêm a Maringá para assistir aulas no campus sede não foram informados em tempo e acabavam viajando até Maringá e permanecendo horas sem ter o que fazer no campus às escuras.
Os alunos criticaram também a falta de efetividade da direção na busca por soluções, lembrando que a Reitoria apresenta “soluções” que não são soluções. É o caso das longas filas no Restaurante Universitário, a ponto de alguns alunos terem que escolher se comem ou assistem aula.

O problema já é antigo, piorou nos últimos meses, mas sempre com cobranças à Reitoria. Recentemente o reitor anunciou que serão instaladas catracas com reconhecimento facial, mas os participantes da ocupação deixaram claro que não se está atacando o problema. Segundo eles, as longas e demoradas filas não se devem a questão de catraca e sim à falta de pessoal para atendimento.
Reivindicações com prazo certo
O documento assinado pelo reitor Leandro Vanalli na noite desta quarta-feira apresenta datas para o atendimento de cada solicitação dos estudantes, datas que ele mesmo forneceu para cada solução. O problema das instabilidades na energia, por exemplo, será definitivamente solucionado no dia 31 de maio e não deverá se repetir porque a UEM comprou geradores novos e um novo transformador.

Vanalli prometeu solução também para as filas do RU, começando pela contratação de pessoal terceirizado, bem como pessoal para reforçar os pequenos serviços de manutenção, como roçada, capina e reparos nas salas e blocos.
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